ape Acta Paulista de Enfermagem Acta Paul Enferm 0103-2100 1982-0194 Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo Resumen Objetivo: Evaluar el conocimiento de estudiantes universitarios de enfermería sobre el virus del papiloma humano. Métodos: Estudio descriptivo, transversal, cuantitativo. Participaron 264 estudiantes de la carrera de enfermería de una institución de educación superior del interior del estado de São Paulo. Realizada entre agosto y diciembre de 2022, la recopilación de datos contó con dos instrumentos: un cuestionario sociodemográfico y de hábitos de vida y un cuestionario de medida de conocimiento del virus del papiloma humano. Se realizó análisis estadístico descriptivo y se aplicaron pruebas estadísticas adecuadas, con un nivel de significación de 5 % (p=0,05). Resultados: Hubo vacíos de conocimiento sobre el virus, que incluyeron factores sobre síntomas, transmisión, tratamiento y vacunación. Los alumnos de los últimos años y que ya habían cursado la materia de salud de la mujer, que aborda aspectos sobre el virus del papiloma humano, obtuvieron un mayor promedio de aciertos, con un 76,1 %. Sin embargo, el promedio general fue de 60,8 %. Conclusión: Los alumnos de los últimos años tuvieron un resultado razonable en el cuestionario de conocimiento sobre el HPV. Se sugiere incluir gradualmente todos los aspectos e información sobre el virus del papiloma humano en las instituciones de educación superior, desde los primeros años de la carrera, de manera interdisciplinaria, que aborde las consecuencias para la salud, incidencias, agravantes, datos poblacionales y complejidades de forma integrada. Posteriormente, estos temas pueden ser estudiados con más detalles, de forma más amplia y profunda, contemplando aspectos como síntomas, prevención, diagnóstico y tratamientos. Introdução O papilomavírus humano (HPV) é um vírus de transmissão sexual de alta incidência, classificado como uma Infecção Sexualmente Transmissível que afeta a pele e as mucosas. Apresenta-se como lesões visíveis/clínicas ou lesões subclínicas, com ausência de sintomas aparentes.(1) O HPV é mais comum em jovens, após o início da atividade sexual e pode permanecer latente por meses ou anos.(1,2) Cerca de um terço dos homens acima de 15 anos portam pelo menos um tipo de HPV genital, e um em cada cinco pode estar infectado com um ou mais tipos considerados de alto risco ou oncogênicos.(3) No caso do câncer cervical feminino, houve mais de 600 mil novos casos globalmente em 2020, causando mais de 300 mil mortes.(4) No Brasil, entre 2023 e 2025, estimam-se 17 mil novos casos anuais, com incidência de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres.(5) Isso reflete um sério problema de saúde pública, relacionado à persistência de infecções pelos tipos 16 e 18 do HPV, responsáveis por cerca de 70% dos cânceresde útero.(5) Quanto à gravidade do vírus, a imunização é essencial, pois está diretamente ligada às lesões precursoras do câncer. Ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014, a vacina é oferecida aos meninos e meninas de 9 a 14 anos, com duas doses espaçadas por 6 meses. Pacientes oncológicos e transplantados também são elegíveis. O Ministério da Saúde brasileiro destaca a vacina como essencial para prevenir o câncer cervical, almejando vacinar 80% da população-alvo e reduzindo a incidência desse câncer.(6) Para os homens, a vacinação pode prevenir cerca de 80,3% dos subtipos de HPV associados ao câncer de pênis.(7) Embora a vacina seja eficaz, o rastreamento da doença é crucial na prevenção de suas complicações. O exame citopatológico, conhecido como Papanicolau, é recomendado pelo Ministério da Saúde para o rastreamento de lesões precursoras para mulheres entre 25 e 64 anos com atividade sexual ativa.(8) Mulheres vacinadas devem realizar o exame, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.(9) O teste de DNA-HPV é importante no rastreamento viral, pois é mais sensível que o Papanicolau. Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2014, o teste DNA-HPV é mais eficaz na detecção, o que reduz índices de falsos-negativos.(10) No Brasil, estudo realizado em um município de São Paulo comprovou que o teste é mais custo-efetivo na detecção precoce dos casos de câncer de colo de útero.(11) Contudo, a implementação nacional ainda requer reorganização das práticas de saúde, ajustando população atendida e intervalos de teste.(12) O acesso ao Papanicolau pelo SUS também enfrenta desafios, com cobertura abaixo de 80% e desafios no agendamento.(13) Nos países desenvolvidos, a adesão a esse exame também tem declinado, e esse fato tem sido atribuído aos horários limitados das clínicas e à indisponibilidade de profissionais da saúde.(14) Considerando as intervenções na Atenção Primária à Saúde, ressalta-se a importância da ação dos enfermeiros, que lideram a elaboração de protocolos, encaminhamentos e assistência.(15) Na abordagem do HPV, esses profissionais realizam ações educativas, de prevenção e de diagnóstico e consultas sobre saúde sexual e da mulher.(16) Contudo, estudos apontam lacunas no conhecimento sobre o HPV entre os graduandos de cursos da área da saúde, no Brasil e outros países desenvolvidos e em desenvolvimento. A falta de informação abrange desde sintomas até a vacinação, gerando preocupações sobre atuação desses futuros profissionais na prevenção das IST.(17,18) Considerando a infecção e a reinfecção pelo vírus do HPV e sendo o enfermeiro um elemento-chave no combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis, cabe aos graduandos ter o conhecimento adequado sobre doenças causadas pelo HPV e seus agravos, para o sucesso na orientação sobre hábitos sexuais futuros. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento de estudantes universitários de enfermagem sobre o HPV. A investigação a respeito das lacunas de conhecimento sobre o tema almeja agregar mudanças positivas no ensino e contribuir na compreensão das necessidades formativas dos estudantes. Métodos Trata-se de estudo descritivo, transversal, quantitativo realizado em uma Instituição de Ensino Superior no interior do Estado de São Paulo, que oferece dois Cursos de Graduação em Enfermagem, sendo eles um Bacharelado e um Bacharelado e Licenciatura. Foram critérios de inclusão: estar devidamente matriculado em um dos cursos e ter ≥ 18 anos. Para caracterizar os participantes, utilizou-se um questionário sociodemográfico e de hábitos de vida revisado por duas profissionais de saúde com expertise na área. Para avaliar o conhecimento dos participantes sobre o HPV, utilizou-se o questionário de medida de conhecimento do HPV, adaptado, contendo 29 perguntas de verdadeiro ou falso, separadas em três partes: a primeira sobre conhecimento geral sobre o HPV, a segunda sobre aspectos do teste do HPV e a terceira acerca do conhecimento sobre a vacinação contra o vírus.(19) A coleta de dados foi realizada por uma das pesquisadoras com 264 estudantes, sendo 156 do Bacharelado e 108 do Bacharelado e Licenciatura, entre agosto e dezembro de 2022. Os convites foram realizados previamente às aulas letivas. O tempo médio de participação foi de 25 minutos. Para evitar duplicações, realizou-se a pesquisa uma única vez por turma. Os questionários foram preenchidos e entregues em envelopes lacrados pelos alunos. Os dados foram inseridos em planilhas do Microsoft Excel 2016 por digitação dupla. Utilizouse análise estatística descritiva, empregando média, mediana, desvio-padrão, mínimo e máximo para variáveis quantitativas, e frequência percentual para as variáveis em geral. Comparativamente, foram utilizados o teste exato de Fisher e o teste de KruskalWallis para diferentes grupos e variáveis. O nível de significância adotado foi de 5% (p=0,05). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comité de Ética em Pesquisa da Instituição de Ensino Superior selecionada (5.513.273), recebendo o Protocolo de Pesquisa com Registro CAAE nº 60076722.0.0000.5393. Resultados Participaram do estudo 232 (87,9%) mulheres e 31 (11,7%) homens. A média da idade foi de 21,8 anos, variando de 18 a 49 anos, com desvio-padrão de 4. A maioria se identificou como branca (69,7%), solteira(o) (95,5%) e com renda familiar de até cinco salários mínimos (70,0%). Quanto à religião, 45,1% eram católicos, 18,5% praticavam outras religiões e 25% não tinham religião. Quanto aos hábitos de vida, a maioria (90,9%) afirmou não ser fumante, 7,6% indicaram ser tabagistas e 1,5% não respondeu. Quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, 40,5% declararam consumo mensalmente e 31,1% semanalmente em todos os anos do curso, e 18,9% dos participantes relataram não consumir bebida alcoólica. Realizou-se comparação entre as respostas corretas nos três blocos do questionário entre os cinco anos de graduação. Conforme aplicação do teste de Kruskal-Wallis, houve significância estatística (p<0,001) na comparação geral entre os anos para os 29 itens do questionário, e o número de acertos aumentou a partir do terceiro ano. Sobre o conhecimento do HPV, houve diferença significante entre os anos do curso em 14 itens (2, 6, 8, 11, 12, 15, 16, 21, 24, 25, 27, 28 e 29), com p<0,05 em cada caso (Tabela 1). Os itens não respondidos foram excluídos da análise. Tabela 1 Acertos distribuídos entre os estudantes de graduação em enfermagem por item no questionário de medida de conhecimento do papilomavírus humano Questão 1º ano* 2º ano* 3º ano* 4º ano* 5º ano‡ p-value† 1. O HPV pode causar câncer de colo de útero? 93,0 91,7 98,0 97,8 100,0 0,475 2. Uma pessoa pode ter HPV por muitos anos sem saber? 84,9 95,0 98,0 97,8 100,0 0,019 3. Ter muitos parceiros sexuais aumenta o risco de contrair HPV? 80,0 80,0 85,4 89,1 92,9 0,808 4. O HPV é muito raro? 92,9 93,3 91,8 95,7 100,0 0,986 5. O HPV pode ser transmitido nas relações sexuais? 90,5 94,9 95,9 97,8 100,0 0,673 6. O HPV sempre tem sinais ou sintomas? 68,6 82,8 75,0 87,0 92,9 0,019 7. Usar camisinha (preservativo masculino ou feminino) diminui o risco de contrair HPV? 95,3 96,6 95,9 97,8 100,0 0,976 8. O HPV pode causar HIV/Aids? 52,3 64,9 75,5 80,4 76,9 <0,001 9. O HPV pode ser transmitido pelo contato direto com a pele das partes genitais? 51,8 48,3 61,2 63,0 83,3 0,297 10. Homens não contraem HPV? 94,1 85,0 95,8 91,3 100,0 0,560 11. Ter relações sexuais em idade precoce aumenta o risco de contrair HPV? 35,7 28,3 26,5 84,1 78,6 <0,001 12. Existem muitos tipos de HPV? 55,3 45,0 63,3 80,4 71,4 <0,001 13. O HPV pode causar verrugas genitais? 80,0 76,7 87,8 84,8 85,7 0,685 14. O HPV pode ser curado com antibióticos? 57,0 42,4 60,4 66,7 64,3 0,079 15. A maioria das pessoas sexualmente ativas vai contrair HPV em algum momento de suas vidas? 7,0 8,5 14,3 33,3 71,4 <0,001 16. Geralmente o HPV não precisa de tratamento? 0,0 3,3 10,2 15,2 35,7 <0,001 17. Se o teste de HPV de uma mulher der positivo, ela com certeza terá câncer de colo de útero? 87,4 88,7 96,2 93,6 100,0 0,478 18. A coleta de amostras para os testes de HPV e Papanicolaou pode ser feita ao mesmo tempo? 44,8 48,4 61,5 63,0 78,6 0,072 19. O teste de HPV pode indicar há quanto tempo você teve uma infecção pelo HPV? 13,8 11,3 17,3 31,9 42,9 0,070 20. O teste de HPV serve para indicar se é preciso tomar vacina contra o HPV? 70,2 67,7 78,0 80,0 64,3 0,416 21. Quando você faz um teste de HPV, o resultado sai no mesmo dia? 10,3 8,1 17,6 28,3 35,7 <0,001 22. Se o teste mostra que uma mulher não tem HPV, o resultado sai no mesmo dia? 25,3 25,8 21,2 42,6 35,7 0,254 23. As meninas que forem vacinadas contra o HPV não precisam fazer o exame de Papanicolaou quando forem mais velhas? 95,4 100,0 96,2 97,9 92,9 0,412 24. Uma das vacinas contra HPV protege contra verrugas genitais? 36,0 30,6 34,6 40,4 42,9 0,009 25. As vacinas contra o HPV protegem contra todas as doenças sexualmente transmissíveis? 94,2 83,6 98,0 100,0 100,0 0,039 26. Quem foi vacinado contra o HPV não pode desenvolver câncer de colo de útero? 88,5 82,3 86,3 95,7 92,9 0,099 27. As vacinas contra o HPV protegem contra a maioria dos cânceres de colo de útero? 47,1 51,6 51,9 57,4 64,3 0,036 28. A vacina contra o HPV deve ser dada em 3 doses? 4,6 11,3 30,8 30,4 50,0 <0,001 29. As vacinas contra o HPV são mais eficazes se forem aplicadas em pessoas que nunca tiveram relações sexuais? 34,9 21,0 34,6 63,8 71,4 <0,001 * Referente às duas turmas dos cursos de Bacharelado e Bacharelado e Licenciatura; †valor referente à diferença comparada com os grupos da variável anos (teste exato de Fisher); ‡referente à turma de Bacharelado e Licenciatura. Resultados expressos como %; HPV papilomavírus humano As médias de acertos no questionário de conhecimento do HPV variaram entre os anos: o quinto ano do curso obteve a maior média (76,1%), enquanto o segundo teve a menor (55,0%). Ainda, 20,2% dos alunos optaram por responder “não sei” (Tabela 2). É relevante notar que, embora não tenha sido objetivo comparar o conhecimento entre os estudantes do curso, observou-se que aqueles no último ano demonstraram maior familiaridade com o tema. Tabela 2 Respostas apresentadas por ano no questionário de medida de conhecimento do papilomavírus humano Ano Média de acertos Média de erros Média da resposta “não sei” 1* 16,5 (56,8) 5,6 (19,4) 6,9 (23,8) 2* 16,0 (55,0) 5,9 (20,3) 7,2 (24,7) 3* 17,8 (61,4) 5,8 (19,8) 5,4 (18,8) 4* 20,5 (70,6) 4,8 (16,7) 3,7 (12,8) 5† 22,1 (76,1) 4,6 (16,0) 2,3 (7,9) Total 17,6 (60,8) 5,5 (19,0) 5,9 (20,2) Resultados expressos como %; *Referente às duas turmas dos cursos de Bacharelado e Bacharelado e Licenciatura; †ano do curso de Bacharelado e Licenciatura Discussão Os participantes apresentaram perfis semelhantes aos graduandos da área da saúde de outros estudos, predominando sexo feminino, estado civil solteiro e faixa etária entre 20 e 24 anos.(20,21) Quanto aos hábitos, a maioria (90,9%) não relatou tabagismo, e 40,5% indicaram consumo mensal de álcool, sendo 31,1% com frequência semanal. A literatura aponta que parcela significativa de estudantes da saúde faz uso excessivo de álcool, principalmente mulheres, e o tabagismo também é observado em proporções consideráveis,(20) apesar de ter sido menos declarado neste grupo. A média de acertos no instrumento de medida de conhecimento do HPV foi de 60,8%. Estudantes da área da saúde geralmente têm baixo conhecimento sobre o HPV e apresentam evolução ao longo do curso.(17,22) No bloco inicial (16 itens), foi apresentada alta taxa de acertos (95%) na afirmação sobre a relação do HPV com o câncer de colo de útero, apesar de outros estudos indicarem que estudantes universitários têm menos conhecimento sobre as consequências do HPV, especialmente em relação ao câncer cervical.(23) Quanto à prevenção do HPV pelo uso do preservativo, 96,5% responderam corretamente. Ainda assim, ressalta-se a importância de orientar jovens e adultos sobre os riscos do HPV, tanto para cânceres quanto para infecções graves e de difícil controle e sobre a importância do uso do preservativo. Embora haja maior taxa de uso de preservativos no primeiro encontro sexual entre estudantes universitários, tal comportamento diminui ao longo do tempo. Relacionamentos estáveis tendem a apresentar menor uso, e os jovens, muitas vezes, têm baixa percepção dos riscos das Infecções Sexualmente Transmissível.(24) Considerando a relação entre HPV e HIV, os discentes dos últimos anos demonstraram maior conhecimento em relação aos alunos dos anos iniciais. Estudos mostram que 73% dos discentes associam cânceres de colo de útero com HPV.(25) Contudo, neste estudo, o conhecimento apresentou fragilidades. A média de acerto relacionado ao tema foi de 66,1%, confirmando que há necessidade de aprofundamento no processo de aprendizagem. A questão sobre a probabilidade de contrair HPV em algum momento da vida também gerou equívocos, com 60,5% dos alunos respondendo incorretamente. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de 2023 indicam que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas podem contrair HPV em algum momento, com números ainda maiores para os homens.(6) Dados na literatura sugerem que, devido ao baixo conhecimento sobre a transmissão do HPV, o público universitário pode ter pouca informação sobre a incidência do vírus.(24) Os resultados deste estudo mostraram que a maioria dos participantes não sabe sobre a necessidade de tratamento do vírus, reforçando limitações no entendimento sobre o tratamento do HPV. É importante ressaltar que a maioria das infecções pelo HPV é assintomática e transitória, não requerendo um tratamento específico para eliminar o vírus, mas tratamentos individualizados para cada lesão.(1) Essa percepção equivocada dos estudantes reflete não apenas falhas no processo de aprendizagem sobre o tema, mas também pode influenciar em práticas e recomendações inadequadas realizadas por esses futuros profissionais. Quanto ao segundo bloco do questionário sobre o HPV, relacionado ao teste para detecção do vírus, revelou-se média de acertos que aumenta conforme avança o ano de graduação. Apesar de ser mais econômico e eficiente que as citologias, sua divulgação é limitada, principalmente por sua indisponibilidade no SUS. Essa lacuna no conhecimento também é compartilhada por profissionais e estudantes da área da saúde, como aponta a literatura.(26) Os participantes apresentaram dificuldade em responder se o teste de HPV pode indicar a duração da infecção pelo vírus. A resposta correta, “falso”, reflete que o teste detecta diferentes tipos de HPV, inclusive os de alto risco, mas não determina o tempo de infecção.(12) A ausência do teste no SUS influencia o conhecimento dos alunos na área da saúde, com insuficiência sobre o assunto na graduação, assim como a população em geral. Os alunos demonstraram conhecimento satisfatório ao negarem que um resultado positivo no teste de HPV sugira câncer de colo de útero e compreenderem que o teste não é utilizado para indicar a vacinação contra o HPV. Contudo, o conhecimento sobre o teste do HPV necessita maior solidez durante a formação. O último bloco do questionário de medida de conhecimento sobre o HPV é composto de sete itens e tem como foco a imunização contra o vírus. Nele, os alunos do quinto ano novamente apresentaram a maior média de acertos, enquanto os alunos dos segundos anos dos cursos apresentaram a menor. Em geral, os alunos mostraram bom desempenho em algumas questões sobre a imunização contra o vírus. Itens que relacionam a vacina ao exame de Papanicolau, outras Infecções Sexualmente Transmissíveis e o desenvolvimento de câncer de colo de útero tiveram mais de 88% de acertos, indicando amplo conhecimento sobre a vacinação e tópicos relacionados. No entanto, houve fragilidade em algumas respostas. Por exemplo, a relação entre a proteção da vacina e verrugas genitais: 41,4% dos participantes indicaram a resposta “não sei”, enquanto 23,0% não souberam relacionar a ação da vacina com a proteção contra verrugas genitais. Atualmente, no Brasil, três vacinas contra o vírus estão aprovadas, com duas delas protegendo contra os tipos de HPV de alto e baixo risco, ou seja, aqueles ligados às verrugas genitais.(1) Apenas 51,9% dos alunos acertaram que as vacinas protegem contra a maioria dos cânceres de colo de útero, mostrando lacunas na compreensão da cobertura vacinal contra o HPV. Situação semelhante foi observada na pergunta sobre a quantidade de doses da vacina, quando apenas 18,4% acertaram ao indicar como “falso” que o correto são três doses. Tal confusão pode estar relacionada às atualizações do esquema vacinal, que, desde 2016, é realizada em duas doses, com exceções somente para alguns grupos específicos.(1) Os participantes demonstraram baixo conhecimento (38,7%) sobre a eficácia das vacinas contra o HPV quando administradas em indivíduos sem histórico de relações sexuais. Atualmente, o programa de vacinação no SUS abrange crianças entre 9 e 14 anos, visando oferecer proteção na ausência de atividade sexual, destacando a importância da imunização precoce.(27) Essa lacuna de conhecimento merece atenção, pois pode afetar a prática profissional dos futuros enfermeiros, responsáveis por orientar sobre a prevenção e a imunização contra o HPV. Os resultados evidenciam lacunas no conhecimento dos alunos de enfermagem sobre o HPV e suas medidas preventivas. Isso ressalta a necessidade de revisar e atualizar o conteúdo desde os estágios iniciais da formação. Formar profissionais capacitados para educar pacientes sobre o HPV e prevenir o câncer relacionado é essencial para a saúde pública e reflete a qualidade dos serviços de enfermagem. Reconhecer deficiências no processo de ensino é crucial para orientar as ações dos futuros profissionais de enfermagem. Conclusão Os alunos dos últimos anos tiveram desempenho razoável no questionário de conhecimento do HPV, mas não atingiram média acima de 70% em questões específicas, especialmente sobre tratamento, testes de identificação do vírus e vacinação. Essas lacunas destacam a necessidade de melhorar os programas educacionais em enfermagem e implementar estratégias mais eficazes para abordar as deficiências no conhecimento sobre HPV. Assim, a inclusão gradual de todos os aspectos e informações sobre o HPV e as Infecções Sexualmente Transmissíveis, desde os primeiros anos dos cursos, de maneira interdisciplinar é desejável, abordando suas implicações para saúde, incidência, agravantes, dados epidemiológicos e complexidades de forma articulada. De maneira mais abrangente, explorar e detalhar acarretam revisões importantes no ensino, que contemplam aspectos da prevenção, dos sintomas, do diagnóstico e dos tratamentos, ampliando a conscientização sobre os perigos do HPV. Isso não só terá um papel formativo, mas também reforçará a importância do HPV como uma questão de saúde pública. Agradecimentos Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio e financiamento da pesquisa. Referências 1 1 Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (Inca). HPV. Rio de Janeiro: Inca; 2023 [citado 2024 Jun 14]. 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Bruni L Albero G Rowley J Alemany L Arbyn M Giuliano AR Global and regional estimates of genital human papillomavirus prevalence among men: a systematic review and meta-analysis. Lancet Glob Health 2023 11 9 e1345 e1362 4 4 International Agency for Research on Cancer (IARC). Global Cancer Observatory. Cancer today. Lyon: IARC; 2023 [cited 5 Jun 2024]. Available from: https://gco.iarc.fr/today/home International Agency for Research on Cancer (IARC) Global Cancer Observatory. Cancer today Lyon IARC 2023 [cited 5 Jun 2024]. Available from: https://gco.iarc.fr/today/home 5 5 Instituto Nacional de Câncer (Inca). Câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: Inca; 2022 [citado 2024 Jun 5]. Disponível em: https://www. gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/colo-do-utero Instituto Nacional de Câncer (Inca) Câncer do colo do útero Rio de Janeiro Inca 2022 [citado 2024 Jun 5]. Disponível em: https://www. gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/colo-do-utero 6 6 Instituto Nacional de Câncer (Inca). 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PLOS ONE 2021 16 5 e0251688 12 12 Carvalho CF, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Zeferino LC, Vale DB. Rastreamento do câncer do colo do útero com teste de DNA-HPV: atualizações na recomendação. Femina. 2022;50(4):200-7. Carvalho CF Teixeira JC Bragança JF Derchain S Zeferino LC Vale DB. Rastreamento do câncer do colo do útero com teste de DNA-HPV: atualizações na recomendação. Femina 2022 50 4 200 207 13 13 Carvalho VF, Kerber NP, Wachholz VA, Pohlmann FC, Marques LA, Francioni FF. Access to Papanicolaou Test by the Unified Health System users. Rev Rede Enferm Nordeste. 2016;17(2):198. Carvalho VF Kerber NP Wachholz VA Pohlmann FC Marques LA Francioni FF. Access to Papanicolaou Test by the Unified Health System users. Rev Rede Enferm Nordeste 2016 17 2 198 198 14 14 Chorley AJ, Marlow LA, Forster AS, Haddrell JB, Waller J. Experiences of cervical screening and barriers to participation in the context of an organised programme: a systematic review and thematic synthesis. Psychooncology. 2017;26(2):161-72. Chorley AJ Marlow LA Forster AS Haddrell JB Waller J. Experiences of cervical screening and barriers to participation in the context of an organised programme: a systematic review and thematic synthesis. Psychooncology 2017 26 2 161 172 15 15 Pires RD, Lucena AD, Mantesso JB. Atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde (APS): uma revisão integrativa da literatura. Rev Recien Cient Enferm. 2022;12(37):107-14. Pires RD Lucena AD Mantesso JB. Atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde (APS): uma revisão integrativa da literatura. Rev Recien Cient Enferm 2022 12 37 107 114 16 16 Oliveira AN, Zuleta CC, Rosa FT, Figueiredo HR, Rodriguez GM. A importância do profissional enfermeiro na prevenção do HPV na Atenção Básica. Res Soc Dev. 2021;10(11):e106101119271. Oliveira AN Zuleta CC Rosa FT Figueiredo HR Rodriguez GM. A importância do profissional enfermeiro na prevenção do HPV na Atenção Básica. Res Soc Dev 2021 10 11 e106101119271 17 17 Panobianco MS, Bezerril AV, Nunes LC, Mairink AP, Gozzo TD, Canete AC, et al. Conhecimento de acadêmicos de enfermagem sobre a vacina contra o papilomavírus humano. Acta Paul Enferm. 2022;35. Panobianco MS Bezerril AV Nunes LC Mairink AP Gozzo TD Canete AC Conhecimento de acadêmicos de enfermagem sobre a vacina contra o papilomavírus humano. Acta Paul Enferm 2022 35 35 18 18 Fengzhi Z, Manman L, Xiaoxue L, Hua B, Jinling G, Hua L. Knowledge of cervical cancer prevention and treatment, and willingness to receive HPV vaccination among college students in China. BMC Public Health. 2022;22(1). Fengzhi Z Manman L Xiaoxue L Hua B Jinling G Hua L. Knowledge of cervical cancer prevention and treatment, and willingness to receive HPV vaccination among college students in China. BMC Public Health 2022 22 1 19 19 Waller J, Ostini R, Marlow LA, McCaffery K, Zimet G. Validation of a measure of knowledge about human papillomavirus (HPV) using item response theory and classical test theory. Prev Med. 2013 56(1):3540. Waller J Ostini R Marlow LA McCaffery K Zimet G. Validation of a measure of knowledge about human papillomavirus (HPV) using item response theory and classical test theory. Prev Med 2013 56 1 3540 3540 20 20 Freitas PH, Meireles AL, Barroso SM, Bandeira MD, Abreu MN, David GL, et al. The profile of quality of life and mental health of university students in the healthcare field. Res Soc Dev. 2022;11(1):e35011125095. Freitas PH Meireles AL Barroso SM Bandeira MD Abreu MN David GL The profile of quality of life and mental health of university students in the healthcare field. Res Soc Dev 2022 11 1 e35011125095 21 21 Carleto CT, Cornélio MP, Nardelli GG, Gaudenci EM, Haas VJ, Pedrosa LA. Saúde e qualidade de vida de universitários da área da saúde. Rev Fam Ciclos Vida Saude No Contexto Soc. 2019;7(1):53. Carleto CT Cornélio MP Nardelli GG Gaudenci EM Haas VJ Pedrosa LA. Saúde e qualidade de vida de universitários da área da saúde. Rev Fam Ciclos Vida Saude No Contexto Soc 2019 7 1 53 53 22 22 Wanderley MD, Sobral DT, Resende CN, Levino LD, Marques LD, Feijó MS, et al. Medical students’ knowledge of the human papillomavirus (HPV), cervical cancer, and HPV vaccination. Rev Bras Educ Medica. 2021;45(3). Wanderley MD Sobral DT Resende CN Levino LD Marques LD Feijó MS Medical students’ knowledge of the human papillomavirus (HPV), cervical cancer, and HPV vaccination. Rev Bras Educ Medica 2021 45 3 23 23 Souza GD, Araújo PA, Carmo JM, Oliveira BK, Silva MA, Rocha DA. Conhecimento e percepção sobre o HPV na população universitária no Brasil: uma revisão integrativa. Res Soc Dev. 2022;11(16):e545111638370. Souza GD Araújo PA Carmo JM Oliveira BK Silva MA Rocha DA. Conhecimento e percepção sobre o HPV na população universitária no Brasil: uma revisão integrativa. Res Soc Dev 2022 11 16 e545111638370 24 24 Spindola T, Fonte VR, Francisco MT, Martins ER, Moraes PC, Melo LD. Práticas sexuais e comportamentos de risco para infecções sexualmente transmissíveis entre jovens universitários. Rev Enferm UERJ. 2021;29(1):e63117. Spindola T Fonte VR Francisco MT Martins ER Moraes PC Melo LD. Práticas sexuais e comportamentos de risco para infecções sexualmente transmissíveis entre jovens universitários. Rev Enferm UERJ 2021 29 1 e63117 25 25 Torrá AC, Brito VD, Fagundes LK, Pellegrini L, Lissarassa YP. Atuação do biomédico e nutricionista na atenção integral à saúde. Conhecimento, atitude e prática de universitárias em relação ao câncer de colo uterino em um centro universitário do município de Joinville-SC. Rio de Janeiro: Epitaya; 2023. p. 189-200. Torrá AC Brito VD Fagundes LK Pellegrini L Lissarassa YP. Atuação do biomédico e nutricionista na atenção integral à saúde. Conhecimento, atitude e prática de universitárias em relação ao câncer de colo uterino em um centro universitário do município de Joinville-SC Rio de Janeiro Epitaya 2023 189 200 26 26 Aguiar RC, Menezes JP, Melo AE, Santos MA, Vitorino TC, Carvalho CA, et al. Avaliação do conhecimento sobre testagem, vacinação e transmissão do vírus do papiloma humano (HPV) de profissionais e estudantes da saúde na Unidade Básica de Saúde número 1 da Estrutural/DF. Braz J Dev. 2023;9(4):14350-62. Aguiar RC Menezes JP Melo AE Santos MA Vitorino TC Carvalho CA Avaliação do conhecimento sobre testagem, vacinação e transmissão do vírus do papiloma humano (HPV) de profissionais e estudantes da saúde na Unidade Básica de Saúde número 1 da Estrutural/DF. Braz J Dev 2023 9 4 14350 14362 27 27 Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe técnico sobre a vacina Papilomavírus Humano (HPV) na Atenção Básica. Brasília, DF; 2013 [citado 2024 Jun 5]. Disponível em: http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/ MostrarArquivo.aspx?C=2m3JjlW6qoI%3D Brasil. Ministério da Saúde Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe técnico sobre a vacina Papilomavírus Humano (HPV) na Atenção Básica Brasília, DF 2013 [citado 2024 Jun 5]. Disponível em: http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/ MostrarArquivo.aspx?C=2m3JjlW6qoI%3D 10.37689/acta-ape/2025AO000272i Original Article Assessment of knowledge about human papillomavirus among nursing college students 0000-0002-6162-0065 Sena Bruna Thaís Salgado 1 contributed to the study design, data analysis and interpretation, writing of the article, relevant critical review of the intellectual content and approval of the final version to be published 0000-0002-3214-9411 Borges Mariana Lopes 1 contributed to the study design, data analysis and interpretation, writing of the article, relevant critical review of the intellectual content and approval of the final version to be published 0000-0003-0439-357X Pardo Gabriela Reis de Souza 1 contributed to the study design, data analysis and interpretation, writing of the article, relevant critical review of the intellectual content and approval of the final version to be published 0000-0003-2619-8740 Panobianco Marislei Sanches 1 contributed to the study design, data analysis and interpretation, writing of the article, relevant critical review of the intellectual content and approval of the final version to be published 1 Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil Corresponding author: Bruna Thais Salgado Sena, E-mail: bruna.sena.pro@gmail.com Associate Editor Rafaela Gessner Lourenço, (https://orcid.org/0000-0002-3855-0003), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brazil Conflicts of interest: none to declare. eAPE000272i Abstract Objective: To assess undergraduate nursing students’ knowledge about the human papillomavirus. Methods: Descriptive, cross-sectional, quantitative study. A total of 264 undergraduate nursing students from a higher education institution in the interior of the state of São Paulo participated in the study. Data collection was conducted between August and December 2022 with the use of two instruments: a sociodemographic and lifestyle questionnaire, and a questionnaire measuring knowledge of the human papillomavirus. Descriptive statistical analysis was performed, and appropriate statistical tests were applied, adopting a significance level of 5% (p=0.05). Results: Gaps in knowledge about the virus have been found, including factors on symptoms, transmission, treatment, and vaccination. Students in their final years who had already taken the women’s health course covering aspects of the human papillomavirus obtained a higher average of correct answers, reaching 76.1%. However, the overall average was 60.8%. Conclusion: Students in the last years performed reasonably well on the HPV knowledge questionnaire. A gradual inclusion of all aspects and information about the human papillomavirus in Higher Education Institutions is suggested, starting in the first years of the courses in an interdisciplinary manner, addressing its implications for health, incidence, aggravating factors, population data and complexities in an integrated manner. These topics can be explored later in detail, in a more comprehensive and in-depth manner, covering aspects such as symptoms, prevention, diagnosis and treatments. Keywords Human papilomavírus, human Papillomavirus infections Uterine cervical neoplasms Nursing students Knowledge Woman health Surveys and questionnaires Introduction Human papillomavirus (HPV) is a highly prevalent sexually transmitted virus, classified as a Sexually Transmitted Infection (STI) that affects the skin and mucous membranes. It presents as visible/clinical lesions or subclinical lesions, with no apparent symptoms.(1) HPV is more common in young people, after the onset of sexual activity and can remain latent for months or years.(1,2) Approximately one third of men over the age of 15 years carry at least one type of genital HPV, and one in five may be infected with one or more types considered as high-risk or oncogenic.(3) In the case of female cervical cancer, there were more than 600 thousand new cases globally in 2020, causing more than 300 thousand deaths.(4) Between 2023 and 2025, 17 thousand new cases are estimated annually in Brazil, with an incidence of 13.25 cases per 100 thousand women.(5) This reflects a serious public health problem related to the persistence of infections by HPV types 16 and 18, responsible for approximately 70% of uterine cancers.(5) Regarding the severity of the virus, immunization is essential, as it is directly linked to precursor lesions of cancer. Since 2014, the vaccine is offered by the Unified Health System (SUS) to boys and girls aged 9-14 years in a double dose regimen at six month-intervals. Cancer patients and transplant recipients are also eligible. The Brazilian Ministry of Health highlights the importance of the vaccine for preventing cervical cancer, aiming to vaccinate 80% of the target population, thereby reducing the incidence of this cancer.(6) Vaccination for men can prevent approximately 80.3% of HPV subtypes associated with penile cancer.(7) Although the vaccine is effective, screening for the disease is crucial to prevent its complications. The cytopathological test, known as Pap smear, is recommended by the Ministry of Health for screening for precursor lesions in sexually active women aged between 25 and 64 years.(8) Vaccinated women should undergo the test, as the vaccine does not protect against all oncogenic types of HPV.(9) The HPV DNA test is important for viral screening, as it is more sensitive than the Pap smear. Recognized by the World Health Organization (WHO) since 2014, the HPV DNA test is more effective in detection, which reduces false-negative rates.(10) In Brazil, a study conducted in a city in São Paulo proved that the test is more cost-effective in the early detection of cervical cancer cases.(11) However, national implementation still requires reorganization of health practices, adjusting the population served and testing intervals.(12) Access to the Pap smear through the SUS also faces challenges, with coverage below 80% and scheduling challenges.(13) In developed countries, adherence to this test has also declined, and this fact has been attributed to limited clinic hours and the unavailability of health professionals.(14) Considering the interventions in Primary Health Care, the importance of actions of nurses, who lead the development of protocols, referrals and assistance, is highlighted.(15) In the approach to HPV, these professionals perform educational, prevention and diagnostic actions, as well as consultations on sexual and women’s health.(16) However, studies point to gaps in knowledge about HPV among undergraduate students in health courses in Brazil, as well as in other developed and developing countries. The lack of information ranges from symptoms to vaccination, generating concerns about the role of these future professionals in preventing STIs.(17,18) Considering infection and reinfection by the HPV and that nurses are key elements in the fight against STIs, proper knowledge about diseases caused by HPV and their complications is part of undergraduate students’ responsibility to successfully provide guidance on future sexual habits. Therefore, the aim of the present study was to evaluate the knowledge of university nursing students about HPV. The research on knowledge gaps on the subject aims to bring about positive changes in teaching and contribute to the understanding of students’ educational needs. Methods This is a descriptive, cross-sectional, quantitative study conducted at a Higher Education Institution in the interior of the state of São Paulo, where two Undergraduate Nursing Courses are offered, namely a Bachelor’s Degree and a Bachelor and Teaching Degree. The inclusion criteria were being enrolled in one of the courses and aged ≥ 18 years old. A sociodemographic and lifestyle questionnaire reviewed by two health professionals with expertise in the area was used for the characterization of participants. An adapted HPV knowledge measurement questionnaire was used to assess participants’ knowledge about HPV. It contains 29 true or false questions, divided into three parts: the first on general knowledge about HPV, the second on aspects of the HPV test, and the third on knowledge about vaccination against the virus.(19) Data collection was carried out by one of the researchers between August and December 2022 with 264 students, 156 of whom were enrolled in the Bachelor’s degree program and 108 in the Bachelor and Teaching degree program. Invitations were sent prior to classes. The average participation time was of 25 minutes. The survey was conducted only once per class to avoid duplication. The questionnaires were completed and delivered in sealed envelopes by the students. Data were entered into Microsoft Excel 2016 spreadsheets by double typing. Descriptive statistical analysis was used, employing mean, median, standard deviation, minimum and maximum for quantitative variables, and percentage frequency for variables in general. Comparatively, the Fisher’s exact test and the Kruskal-Wallis test were used for different groups and variables. The significance level adopted was 5% (p=0.05). The research project was approved by the Research Ethics Committee of the selected Higher Education Institution (5.513.273) and received the Research Protocol with CAAE Registration Number 60076722.0.0000.5393. Results A total of 232 (87.9%) women and 31 (11.7%) men participated in the study. The mean age was 21.8 years, ranging from 18 to 49 years, with a standard deviation of 4. Most participants identified themselves as white (69.7%), single (95.5%) and with a family income of up to five minimum wages (70.0%). Regarding religion, 45.1% were Catholic, 18.5% practiced other religions and 25% had no religion. Regarding lifestyle habits, most (90.9%) declared being non-smokers, 7.6% indicated being smokers and 1.5% did not respond. Regarding alcohol consumption, 40.5% reported monthly consumption and 31.1% weekly consumption in all years of the course, and 18.9% of participants reported not consuming alcohol. The correct answers in the three blocks of the questionnaire across the five years of graduation were compared. According to the Kruskal-Wallis test, there was statistical significance (p<0.001) in the overall comparison between the years for the 29 items of the questionnaire, and the number of correct answers increased from the third year onwards. Regarding knowledge of HPV, there was a significant difference between the years of the course in 14 items (2, 6, 8, 11, 12, 15, 16, 21, 24, 25, 27, 28 and 29), with p<0.05 in each case (Table 1). Unanswered items were excluded from the analysis. Table 1 Correct answers distributed among undergraduate nursing students by item in the questionnaire measuring knowledge of the human papillomavirus Question 1st year* 2nd year* 3rd year* 4th year* 5th year‡ p-value† 1. Can HPV cause cervical cancer? 93.0 91.7 98.0 97.8 100.0 0.475 2. Can a person have HPV for many years without knowing? 84.9 95.0 98.0 97.8 100.0 0.019 3. Does having many sexual partners increase the risk of contracting HPV? 80.0 80.0 85.4 89.1 92.9 0.808 4. Is HPV very rare? 92.9 93.3 91.8 95.7 100.0 0.986 5. Can HPV be transmitted through sexual intercourse? 90.5 94.9 95.9 97.8 100.0 0.673 6. Does HPV always have signs or symptoms? 68.6 82.8 75.0 87.0 92.9 0.019 7. Does using a condom (male or female condom) reduce the risk of contracting HPV? 95.3 96.6 95.9 97.8 100.0 0.976 8. Can HPV cause HIV/AIDS? 52.3 64.9 75.5 80.4 76.9 <0.001 9. Can HPV be transmitted through direct contact with the skin of the genitals? 51.8 48.3 61.2 63.0 83.3 0.297 10. Do men not contract HPV? 94.1 85.0 95.8 91.3 100.0 0.560 11. Does having sex at an early age increase the risk of contracting HPV? 35.7 28.3 26.5 84.1 78.6 <0.001 12. Are there many types of HPV? 55.3 45.0 63.3 80.4 71.4 <0.001 13. Can HPV cause genital warts? 80.0 76.7 87.8 84.8 85.7 0.685 14. Can HPV be cured with antibiotics? 57.0 42.4 60.4 66.7 64.3 0.079 15. Will most sexually active people contract HPV at some point in their lives? 7.0 8.5 14.3 33.3 71.4 <0.001 16. Is HPV treatment usually not necessary? 0.0 3.3 10.2 15.2 35.7 <0.001 17. If a woman tests positive for HPV, will she have cervical cancer for sure? 87.4 88.7 96.2 93.6 100.0 0.478 18. Can samples for HPV and Pap tests be collected at the same time? 44.8 48.4 61.5 63.0 78.6 0.072 19. Can the HPV test detect how long ago you had an HPV infection? 13.8 11.3 17.3 31.9 42.9 0.070 20. Can the HPV test detect if you need to get vaccinated against HPV? 70.2 67.7 78.0 80.0 64.3 0.416 21. When you take an HPV test, do you get the results on the same day? 10.3 8.1 17.6 28.3 35.7 <0.001 22. If a woman tests negative for HPV, do the results come out the same day? 25.3 25.8 21.2 42.6 35.7 0.254 23. Are girls vaccinated against HPV not required to have a Pap smear when they are older? 95.4 100.0 96.2 97.9 92.9 0.412 24. Does one of the HPV vaccines protect against genital warts? 36.0 30.6 34.6 40.4 42.9 0.009 25. Do HPV vaccines protect against all sexually transmitted diseases? 94.2 83.6 98.0 100.0 100.0 0.039 26. Can someone who has been vaccinated against HPV not develop cervical cancer? 88.5 82.3 86.3 95.7 92.9 0.099 27. Do HPV vaccines protect against most cervical cancers? 47.1 51.6 51.9 57.4 64.3 0.036 28. Should the HPV vaccine be given in three doses? 4.6 11.3 30.8 30.4 50.0 <0.001 29. Are HPV vaccines more effective if they are given to people who have never had sexual intercourse? 34.9 21.0 34.6 63.8 71.4 <0.001 * Refers to both the classes of the Bachelor’s Degree and the Bachelor and Teaching Degree courses; †value refers to the difference compared with the groups of the variable ‘years’ (Fisher’s exact test); ‡refers to the Bachelor and Teaching Degree class. Results expressed as %; HPV human papillomavirus The average number of correct answers to the HPV knowledge questionnaire varied between years: the fifth year of the course had the highest average (76.1%), while the second year had the lowest (55.0%). Furthermore, 20.2% of the students chose the answer “I don’t know” (Table 2). Although comparing the knowledge among students of the course was not the objective, note that students in the last year demonstrated greater familiarity with the topic. Table 2 Answers presented by year in the questionnaire measuring knowledge of the human papillomavirus Year Average number of correct answers Average number of incorrect answers Average number of “I don’t know” answers 1* 16.5 (56.8) 5.6 (19.4) 6.9 (23.8) 2* 16.0 (55.0) 5.9(20.3) 7.2 (24.7) 3* 17.8 (61.4) 5.8 (19.8) 5.4 (18.8) 4* 20.5 (70.6) 4.8 (16.7) 3.7 (12.8) 5† 22.1 (76.1) 4.6 (16.0) 2.3 (7.9) Total 17.6 (60.8) 5.5 (19.0) 5.9 (20.2) Results expressed as %; *Refers to both the classes of the Bachelor’s Degree and the Bachelor and Teaching Degree courses; †year of the Bachelor and Teaching Degree course Discussion The profile of participants was similar to that of undergraduate health students from other studies, with a predominance of the female sex, single marital status, and age range between 20 and 24 years.(20,21) Regarding habits, most (90.9%) did not report smoking, 40.5% reported monthly alcohol consumption, and 31.1% weekly consumption. The excessive consumption of alcohol by a significant portion of health students, especially by women, is reported in the literature and smoking is also observed in considerable proportions,(20) although less reported in this group. The average number of correct answers to the instrument measuring knowledge of HPV was 60.8%. Students in the health field generally have little knowledge about HPV and this knowledge improves throughout the course.(17,22) In the initial block (16 items), a high rate of correct answers (95%) was presented in the statement about the relationship between HPV and cervical cancer, although other studies indicate that university students have less knowledge about the consequences of HPV, especially in relation to cervical cancer.(23) Regarding HPV prevention through condom use, 96.5% answered correctly. Still, it is important to educate young people and adults about the risks of HPV both for cancers and for serious and difficult-to-control infections, and about the significance of condom use. Although university students present a higher rate of condom use in the first sexual encounter, this behavior decreases over time. Stable relationships tend to have lower levels of use, and young people often have a low perception of the risks of STIs.(24) Considering the relationship between HPV and HIV, students in the last years demonstrated greater knowledge compared to students in the first years. Although studies show that 73% of students associate cervical cancer with HPV,(25) knowledge was weak in this study. The average number of correct answers related to the topic was 66.1%, confirming the need for further study on the learning process. The issue on the probability of contracting HPV at some point in life also generated misunderstandings, as 60.5% of students answered incorrectly. Data from the National Cancer Institute (INCA) from 2023 indicate that approximately 80% of sexually active women may contract HPV at some point, and numbers are even higher in men.(6) Data in the literature suggest that the university population may have little information about the incidence of the virus given their low level of knowledge about HPV transmission.(24) The results of this study showed that most participants do not know about the need for treatment of the virus, reinforcing limitations in the understanding of HPV treatment. Note that most HPV infections are asymptomatic, transient and do not require specific treatment to eliminate the virus, but individualized treatments for each lesion.(1) This mistaken perception of students reflects not only flaws in the learning process on the subject, but may also influence inadequate practices and recommendations made by these future professionals. As for the second block of the HPV questionnaire, related to the test to detect HPV, the average number of correct answers increased as the year of graduation progressed. Although the test is more economical and efficient than cytology, its dissemination is limited, mainly because if its unavailability in the SUS. This knowledge gap is also shared by professionals and students in the health field, as indicated in the literature.(26) Participants had difficulty in answering if the HPV test can indicate the duration of infection by the virus. The correct answer, “false”, reflects that the test detects different types of HPV, including high-risk types, but does not determine the duration of infection.(12) The absence of the test in the SUS influences the knowledge of health students, and knowledge on the subject is insufficient in undergraduate courses, as well as among the general population. Students demonstrated satisfactory knowledge by denying that a positive result on the HPV test suggests cervical cancer and understanding that the test is not used to indicate vaccination against HPV. However, a more solid knowledge about the HPV test during training is necessary. The last section of the questionnaire measuring knowledge about HPV consists of seven items and focuses on immunization against the virus. In this questionnaire, fifth-year students once again had the highest average number of correct answers, while second-year students had the lowest. In general, students performed well on some questions about immunization against the virus. Items relating the vaccine to the Pap smear test, other STIs, and the development of cervical cancer had more than 88% of correct answers, indicating broad knowledge about vaccination and related topics. However, weaknesses were observed in some responses. For example, the relationship between vaccine protection and genital warts: 41.4% of participants indicated the answer “I don’t know”, while 23.0% were unable to relate the action of the vaccine with protection against genital warts. Three vaccines against the virus are currently approved in Brazil, and two of them protect against high and low risk types of HPV, that is, those linked to genital warts.(1) Only 51.9% of students correctly stated that vaccines protect against most cervical cancers, showing gaps in the understanding of HPV vaccination coverage. A similar situation was observed in the question about the number of doses of the vaccine, when only 18.4% gave the correct answer by indicating as “false” that the correct answer is three doses. This confusion may be related to the updated schedule, as the vaccine has been administered in two doses since 2016, with exceptions only for some specific groups.(1) Participants demonstrated low knowledge (38.7%) about the efficacy of HPV vaccines when administered to individuals with no history of sexual intercourse. The current vaccination program in the SUS covers children aged 9-14 years aiming to offer protection in the absence of sexual activity, highlighting the importance of early immunization.(27) This knowledge gap deserves attention, as it may affect the professional practice of future nurses, who are responsible for providing guidance on prevention and immunization against HPV. The results highlight gaps in nursing students’ knowledge about HPV and its preventive measures. This shows the need to review and update content from the early stages of training. Training professionals who are capable of educating patients about HPV and preventing related cancer is essential for public health and reflects the quality of nursing services. Recognizing deficiencies in the teaching process is crucial to guide the actions of future nursing professionals. Conclusion Students from the last years performed reasonably well on the HPV knowledge questionnaire, but did not achieve an average score above 70% on specific questions, especially on treatment, virus identification tests and vaccination. These gaps highlight the need to improve educational programs in nursing and implement more effective strategies to address deficiencies in HPV knowledge. Thus, the gradual inclusion of all aspects and information on HPV and STIs from the first years of the courses in an interdisciplinary manner is desirable, addressing its implications for health, incidence, aggravating factors, epidemiological data and complexities in a coordinated manner. More broadly, exploring and detailing lead to important revisions in teaching, which cover aspects of prevention, symptoms, diagnosis and treatments, increasing awareness of the dangers of HPV. This will not only have an educational role, but will also reinforce the importance of HPV as a public health issue. Acknowledgments We would like to thank the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) for their support and funding of the study.