Resumo:
O artigo se dirige à questão do pai, fundamental no edifício conceitual da psicanálise, que parte de um acordo quanto a uma figura central na Europa masculinista do séc. XIX. Raramente é interrogada a partir da infeliz história da família brasileira composta de membros dos estamentos poderosos de Portugal, mas, sobretudo, dos escravizados cuja rede de parentesco era sistematicamente desmantelada. A prática com a psicanálise em instituições públicas autoriza a formulação de uma sociedade “sem pai”. Esta instância, sendo prescindível, dá lugar a organizações e invenções outras que exigem serem consideradas em sua positividade.
Palavras-chave:
psicanálise em extensão; pai; escravagismo; sociedade brasileira