Resumo
Objetivo: Construir e validar uma videoaula sobre avaliação do risco para pé diabético para integrar uma capacitação online para enfermeiros da atenção primária à saúde.
Métodos: Este foi um estudo metodológico com abordagem quantitativa e uso do índice de validade de conteúdo (IVC) e intervalo de confiança (IC) para validar a proposta. Para gravar e editar a videoaula, foram seguidas as etapas seguintes: análise e planejamento, modelagem, implementação, avaliação, manutenção e distribuição. A videoaula foi analisada por juízes considerando os seguintes aspectos: qualidade do roteiro, qualidade do áudio e imagem, clareza na apresentação, linguagem verbal oral, conteúdo e sequência lógica. Bacharéis em Enfermagem (21), com dois anos ou mais de experiência no tema "pé diabético" (confirmada pelo currículo na plataforma Lattes) e titulação mínima de mestrado, Bacharéis em Comunicação (9), com dois anos ou mais de experiência profissional na área, participaram da avaliação.
Resultados: O vídeo foi gravado, editado, colorizado e finalizado usando programas específicos, resultando em uma videoaula com duração de 15 min e 45 s. Ela foi inserida em plataformas digitais e foi gerado um QR code para acesso. Após análises, foram obtidos IVC geral de especialistas em saúde (1,00) e design (0,97).
Conclusão: A videoaula foi validada por especialistas com base nos resultados do IVC geral, evidenciando sua pertinência em itens relacionados aos cuidados com o pé diabético, o que a torna um material didático adequado para compor uma capacitação online sobre o tema.
Descritores
Educação em saúde; Pé diabético; Estudo de validação; Materiais de ensino; Recursos audiovisuais; Fatores de risco; Atenção Primaria a Saúde; Capacitação profissional
Abstract
Objective: To build and validate a video lesson on diabetic foot risk assessment to integrate online training for primary health care nurses.
Methods: This was a methodological study with a quantitative approach and the use of content validity index (CVI) and confidence interval (CI) to validate the proposal. To record and edit the video lesson, the following steps were followed: analysis and planning, modeling, implementation, evaluation, maintenance, and distribution. The video lesson was analyzed by judges considering the following aspects: quality of the script, quality of audio and image, clarity of presentation, oral verbal language, content, and logical sequence. Bachelors in Nursing (21) with two or more years of experience in the topic "diabetic foot" (confirmed by the CV on the Lattes platform) and a minimum master's degree, Bachelors in Communication (9) with two or more years of professional experience in the area participated in the evaluation.
Results: The video was recorded, edited, colorized, and finalized using specific programs, resulting in a video lesson lasting 15 min and 45 s. It was inserted into digital platforms and a QR code was generated for access. After analyses, the overall CVI of health experts (1.00) and design (0.97) were obtained.
Conclusion: The video lesson was validated by experts based on the results of the general CVI, highlighting its relevance in items related to diabetic foot care and making it a suitable teaching material to compose an online training on the topic.
Resumen
Objetivo: Elaborar y validar un video educativo sobre la evaluación del riesgo de pie diabético para incorporar a una capacitación en línea para enfermeros de la atención primaria de salud.
Métodos: Se trató de un estudio metodológico con enfoque cuantitativo, con el uso del Índice de Validez de Contenido (IVC) e Intervalo de Confianza (IC) para validar la propuesta. Para grabar y editar el video educativo, se realizaron las siguientes etapas: análisis y planificación, modelado, implementación, evaluación, mantenimiento y distribución. El video fue analizado por jueces, que consideraron los siguientes aspectos: calidad del guion, calidad del sonido y de la imagen, claridad de la presentación, lenguaje verbal oral, contenido y secuencia lógica. En la evaluación participaron Licenciados en Enfermería (21), con dos años o más de experiencia en el tema pie diabético (confirmada mediante currículum en la plataforma Lattes) y graduación mínima de maestría, y Licenciados en Comunicación (9), con dos años o más de experiencia profesional en el área.
Resultados: El video fue grabado, editado, coloreado y finalizado con programas específicos, y el resultado fue un video educativo de 15:45 minutos de duración, que fue subido a plataformas digitales, con un QR code para acceso. Después de las evaluaciones, se obtuvo el IVC general de especialistas en salud (1,00) y de especialistas en diseño (0,97).
Conclusión: El video educativo fue validado por especialistas con base en los resultados del IVC general, lo que demuestra su pertinencia respecto a ítems relacionados con los cuidados del pie diabético y lo convierte en un material didáctico adecuado para formar parte de una capacitación en línea sobre el tema.
Descriptores
Educación para la salud; Pie diabético; Estudio de validación; Materiales de enseñanza; Recursos audiovisuales; Fatores de riesgo; Atención primaria de salud; Capacitación profesional
Introdução
Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças mais prevalentes nos adultos em todo mundo, sendo uma das principais causas de perda de anos de vida saudável e da capacidade produtiva. Além disso, esta situação se agrava com o aumento na expectativa de vida. O DM pode resultar em complicações sérias tais como neuropatia, retinopatia, cegueira, nefropatia, pé diabético e amputação quando não controlado adequadamente.(1)
Pé diabético é uma complicação grave, caracterizada pela tríade ulceração, neuropatia e doença arterial periférica (DAP) em vários graus nos membros inferiores. Ulceração no pé é uma complicação importante do DM, estando associada a altos níveis de morbidade e mortalidade e redução na qualidade de vida, além de elevar significativamente os custos financeiros com cuidados.(2,3)
As taxas de incidência de ulceração nos pés relacionadas com DM ao longo da vida são de 1934%, com uma taxa de incidência anual de 2,0%. Depois de uma cura bem-sucedida, a taxa de recorrência é de 40% em um ano e 65% em 3 anos. Isto evidencia que a prevenção da ulceração do pé relacionada ao diabetes é fundamental para reduzir o risco ao paciente e, assim, diminuir os altos custos dispendidos no cuidado com as complicações do pé diabético.(3,4)
As infecções em pé diabético exigem acompanhamento médico frequente, cuidados diários com úlceras e terapia antimicrobiana. Tais infecções podem também demandar procedimentos cirúrgicos com altos custos de cuidados de saúde associados, sendo a complicação diabética que mais demanda hospitalização.(5) Embora complicações sejam graves e dispendiosas, há cuidados, exames e testes que podem ajudar na prevenção e avaliação do risco para pé diabético, como, por exemplo, avaliação dos aspectos físicos e da temperatura dos pés, avaliação vascular, testes de sensibilidade (tátil, vibratória e dolorosa) e testes motores. Assim, é necessário que os profissionais se mantenham atualizados e busquem capacitação para realizar tais testes e cuidados.
Atualmente, há uma tendência para inserir todos os pacientes diabéticos em centros integrados por equipes multiprofissionais capacitadas no manejo especializado do pé diabético, pois a metade deles desconhece ter este diagnóstico. Assim, as equipes de saúde devem estar aptas para identificar os riscos de desenvolvimento do pé diabético e elaborar estratégias de educação em saúde para que os pacientes diabéticos tenham autonomia para manter suas extremidades sadias.(6)
Os profissionais podem realizar cursos (presenciais ou online), leituras, oficinas etc. para se manterem atualizados.(7) Neste artigo, foi proposto a validação de uma videoaula instrucional, ressaltando que a proposta apresentada é um produto complementar, produzido durante o doutorado profissional em Enfermagem para compor um curso de capacitação online direcionado a enfermeiros da atenção primária à saúde para avaliar o risco de pé diabético.
Videoaulas podem ser ferramentas importantes quando bem executadas e respaldadas por orientação especializada. Porém, elas podem não trazer os resultados esperados sem aplicação prática e orientação de um especialista, sobretudo em temas com os quais o profissional não tem contato frequente.(8,9)
Aprendizagem por meio de videoaulas (ou mediada pelas tecnologias de informação e comunicação) tem se mostrado eficaz, contribuindo para atualização e capacitação de profissionais de várias áreas, especialmente pelo seu caráter flexível. Além disso, videoaulas podem ser visualizadas quantas vezes forem necessárias até que os conceitos propostos sejam aprendidos.(10) Recursos audiovisuais contribuem para o processo de ensino-aprendizagem, podendo prender a atenção dos espectadores quando bem elaborados. Eles estimulam e ampliam os conhecimentos de enfermeiros, melhorando seu desempenho no cuidado dos pacientes.
Importante destacar que a validação das tecnologias educacionais por um corpo de juízes especializados trata-se de um processo essencial para garantir que atendam aos objetivos de aprendizado. A validação permite assegurar a eficácia, relevância e confiabilidade das tecnologias educacionais, garantindo a acurácia do conteúdo, a fidedignidade das informações e a acessibilidade conceitual. Essa etapa permite ainda construir ou adequar a proposta, a partir da utilização de forma sistemática dos conhecimentos disponíveis.(11)
Portanto, nosso objetivo foi construir e validar uma videoaula sobre avaliação do risco para pé diabético para compor os materiais didáticos utilizados em um curso de capacitação online visando instrumentalizar o trabalho dos enfermeiros da atenção primária à saúde.
Métodos
Este foi um estudo metodológico, com abordagem quantitativa e uso do índice de validade de conteúdo dos itens (IVCI) e o intervalo de confiança (IC) para validar a proposta. Inicialmente, foi realizada uma revisão da literatura para selecionar o conteúdo pertinente ao tema da aula. Após análise das informações disponibilizadas principalmente pela Sociedade Brasileira de Diabetes e pela equipe do International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF), foi construído o roteiro para videoaula considerando os seguintes temas: apresentação e introdução; avaliação do pé e dos sapatos; avaliação da pele e unhas dos pés; avaliação musculoesquelética, avaliação vascular; índice de tornozelo braquial; avaliação e testes neurológicos e orientação geral.
A videoaula foi produzida em estúdio e foi usado como referencial teórico a proposta de Falkembach (2005). Para preparar um vídeo educativo, a autora recomenda adotar as etapas seguintes: análise e planejamento, modelagem, implementação, avaliação, manutenção e distribuição.(12) Foram elaborados roteiros técnico, literário, para teleprompter e de imagens gráficas.(13)
A videoaula foi editada, colorizada e finalizada com a utilização do programa Adobe Premiere®. As animações de abertura e encerramento foram elaboradas usando o programa Adobe After FX®, e foi usada uma trilha sonora da YouTube Audio Library (royalty free), resultando em uma videoaula com duração de 15 min e 45 s.
Após a finalização da videoaula, foram criadas contas nas plataformas YouTube e Bit.ly. Foi feito o upload da videoaula na plataforma YouTube.com e foi gerado um link de compartilhamento. Para facilitar o acesso ao vídeo, o link foi inserido na plataforma bit.ly.com para gerar um QR Code (Figura 1). Através dele é obtido acesso ao vídeo no YouTube com a leitura do código por smartphone.
Após finalizar a edição da videoaula, o material foi disponibilizado a especialistas nas áreas de design e saúde para avaliação e validação ou ajuste do produto.
Duas categorias de especialistas participaram do estudo: a) para os projetos gráfico e de imagem, participaram nove especialistas da área de comunicação (publicidade e propaganda, jornalismo e design gráfico); eles tinham formação mínima de bacharelado, mais dois anos de experiência profissional na área, e avaliaram a videoaula considerando os aspectos técnicos de enquadramento, roteiro, som e imagem; b) para conteúdo, linguagem técnica e sequência didática, participaram 21 especialistas na área da saúde; enfermeiros com titulação mínima de mestrado e pelo menos dois anos de experiência no tema "Pé diabético", comprovada com base no currículo da plataforma Lattes.
Após a seleção dos juízes (especialistas em design e na área da saúde), foram enviados convites para participar no estudo. O instrumento de coleta foi elaborado eletronicamente na plataforma Google Forms e encaminhado junto com o link de acesso à videoaula. Foram enviados 15 convites aos especialistas em design, e nove deles retornaram aceitando participar. Foram enviados 45 convites aos especialistas em saúde, e 21 deles aceitaram participar no estudo de validação. A coleta foi realizada entre 26 de setembro e 10 de outubro de 2023.
Foram coletadas informações sobre o perfil dos participantes e os itens da videoaula. As questões para o item de avaliação dos especialistas foram baseadas no artigo de Silva e Salomé.(14) Foi proposto um instrumento de avaliação com perguntas utilizando escala tipo Likert e as possibilidades de resposta foram as seguintes: (1) item não relevante ou representativo; (2) item necessita de grande mudança; (3) item necessita de pequena revisão; e (4) item relevante ou representativo.(13)
As respostas dadas pelos avaliadores foram usadas para o cálculo do IVC, que indicou a validade da videoaula mediante a quantidade de avaliadores que atribuíram valor 4. Os itens analisados foram considerados como válidos se IVCI>0,78 em cada um de seus aspectos.(15)
O instrumento de avaliação foi construído de modo que os especialistas pudessem avaliar os aspectos dos produtos pertinentes à sua área:
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a. especialistas em Design e Mídia: adequação do título da videoaula; qualidade do roteiro de imagens gráficas; qualidade do roteiro literário; qualidade da imagem e qualidade do áudio da videoaula;
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b. especialistas em Saúde: adequação do título; qualidade do roteiro literário; qualidade de som e imagem; clareza na apresentação dos tópicos e linguagem verbal; o conteúdo facilita o processo de ensino e aprendizagem no tema; o conteúdo obedece a uma sequência lógica; as imagens, cenas e fotos permitem transferir o conteúdo aprendido para a prática profissional; a sequência de conteúdo e forma de apresentação permitem manter a atenção dos enfermeiros à aula. No final, foi feita uma questão aberta para que os participantes fizessem críticas e/ou sugestões ao produto apresentado.
O estudo obedeceu aos Aspectos Éticos da Pesquisa envolvendo seres humanos (Resolução 466/12), com autonomia aos indivíduos-alvo através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), comprometimento com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos; vantagens significativas e ônus mínimo aos sujeitos vulneráveis, assegurando que danos previsíveis foram evitados. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu, CAAE: 57901722.1.0000.5411.
Resultados
A tabela 1 mostra que entre os especialistas em design predominaram sexo feminino (55,6%), idade maior que 33 anos (88,9%) e tempo de formação maior ou igual a seis anos (88,9%). Entre os especialistas em saúde, predominaram sexo feminino (95,2%), idade 36-45 anos (57,2%) e tempo de formação >10 anos (95,2%), incluindo mestres (71,4%) e doutores (28,6%).
A tabela 2 mostra que os cinco itens avaliados pelos especialistas em design obtiveram IVC 0,88 (4) e 0,77 (1), mantendo-se dentro do IC95% O único item avaliado com nota 2 (necessita de grande mudança) foi "qualidade do roteiro de imagens gráficas". Na avaliação realizada pelos especialistas em saúde (qualidade de som e imagem; linguagem verbal oral), os itens investigados obtiveram IVCI 1,00 (7) e 0,95 (2). As médias gerais de IVC para as áreas foram 1,00 (saúde) e 0,97 (design).
Em geral, a quantidade de sugestões dadas pelos especialistas não foi significativa e, assim, não se justificou uma nova gravação da videoaula. As principais sugestões dos especialistas em design foram relativas ao enquadramento e qualidade do áudio na videoaula. Os especialistas na área da saúde também não fizeram sugestões ou críticas que justificassem uma nova gravação. Entre os itens avaliados, eles destacaram, de forma positiva, a objetividade, clareza e facilidade para compreender a aula. Entre as sugestões dos especialistas em design foram destacados: uso de off para gravação; captação em estúdio com maior qualidade; melhor enquadramento do close quando o círculo indica o procedimento. Considerando as poucas sugestões de revisão ou exclusão de itens, não foi gravada uma nova aula, nem realizada nova edição, pois a tecnologia educacional foi validada no quadro geral, o que assegura a qualidade do material enquanto ferramenta de aprendizagem, portanto adequada para compor um curso de capacitação online sobre avaliação de risco para pé diabético voltado a enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (APS).
Discussão
As tecnologias digitais de informação e comunicação têm sido grandes aliadas na formação profissional e educação continuada e permanente. Elas favorecem a aprendizagem e a aquisição, ampliação e atualização de saberes e práticas que melhoram a prestação de serviços em saúde.(9)
A produção de vídeo na área da saúde tem ganhado espaço, e várias publicações oferecem subsídios ao aprimoramento de técnicas em saúde, tais como: banho no leito, perioperatório de cirurgia robótica, criação de projetos tecnológicos para área da saúde, autocateterismo vesical, parada cardiorrespiratória, prevenção de úlceras no pé diabético, ressuscitação cardiopulmonar etc. Assim, esta proposta é mais uma possibilidade para aprimorar os serviços prestados aos pacientes diabéticos.(8,9,16,17,18,19,20,21,22)
A fase de avaliação por especialistas foi uma etapa crucial para assegurar a viabilidade da proposta de criar tecnologias educacionais. Nos resultados apresentados, as análises feitas pelos designers foram mais críticas, estando relacionadas a aspectos específicos de roteiro e produção. As análises feitas pelos profissionais de saúde foram mais favoráveis, com menos pontos críticos e poucas sugestões de melhoria. Tais resultados mostram que a proposta atingiu seu objetivo quanto à transmissão de conhecimentos, técnicas e habilidades na execução de testes e avaliações de risco ao pé diabético embora a qualidade técnica do vídeo possa ser aprimorada.(23)
A validação de uma tecnologia educacional é uma etapa fundamental, pois a partir da expertise da comissão julgadora avalia-se a legitimidade e a credibilidade do instrumento produzido antes de sua distribuição ou divulgação ao público-alvo. Ao adotar o IVCI como índice de validação abre-se a possibilidade de analisar a pertinência e qualidade de cada item proposto, permitindo ajustes e revisões somente onde se fizer necessário.(24)
A necessidade de atualização profissional constante requer a criação de estratégias que permitam aprimorar as práticas de trabalho. Considerando que a graduação acadêmica em saúde é limitada, a educação continuada deve estar disponível no cotidiano dos profissionais de saúde para melhoria contínua dos serviços prestados, ampliando os conhecimentos além da vivência acadêmica.(7)
Vários estudos voltados à identificação, rastreamento e cuidados com o pé diabético foram identificados, evidenciando a relevância e atualidade do tema. Tais estudos ressaltam a importância dos cuidados voltados a este agravo, destacando a necessidade de capacitação e treinamento dos profissionais para a avaliação de risco, manejo do agravo e educação em saúde para o autocuidado.(21,22,23,24,25,26)
Propostas de aprendizagem, capacitação e treinamento usando tecnologias educacionais proporcionam conhecimento de forma mais interativa, favorecendo a melhoria nos serviços prestados e impactando positivamente a promoção da saúde à comunidade. As tecnologias educacionais voltadas ao cuidado e manejo de agravos relacionados ao DM ainda estão em fase incipiente de produção apesar das vantagens citadas, e um aumento nessas pesquisas foi percebido nos últimos anos. Essas tecnologias se mostram promissoras, tanto para capacitação profissional quanto para o autocuidado e educação em saúde.(23)
Recursos audiovisuais são essenciais à melhor compreensão de informações e, assim, sua validação por especialistas é essencial. Depois que a qualidade e pertinência da tecnologia educacional é confirmada, ela pode se tornar uma ferramenta de construção do conhecimento, ampliando a oferta de recursos para capacitação e educação em saúde. Então, ressaltamos a relevância do engajamento de enfermeiros e outros profissionais da saúde na construção e utilização de novas tecnologias, tanto no ensino quanto em sua prática cotidiana.(27,28)
O estudo teve limitações para obter a participação de especialistas devido à quantidade de retornos obtidos após o envio dos convites. Uma maior adesão de especialistas avaliadores poderia ter trazido outras visões e percepções, contribuindo para aprimorar a videoaula proposta.
Conclusão
A videoaula sobre o pé diabético foi validada e pode ser usada como instrumento de atualização e capacitação profissional, contribuindo para atualizar e capacitar enfermeiros a realizar testes e avaliações de risco. O uso de videoaulas pode fortalecer a educação em saúde e qualificação profissional na prevenção de agravos de doenças crônicas. A avaliação de risco e os cuidados ao pé diabético podem evitar desfechos negativos, tais como amputação de membros, que impactam a vida dos pacientes além dos altos custos para o sistema público de saúde. Mais que isso, o uso de tecnologias educacionais na educação permanente em saúde deve fazer parte das políticas públicas para oferecer serviços em saúde de forma preventiva e curativa.
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Editado por
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Editora Associada
Ana Lúcia de Moraes Horta, (https://orcid.org/0000-0001-5643-3321), Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
28 Mar 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
08 Dez 2023 -
Aceito
09 Set 2024