EDITORIAL Hypoxemia during veno-venous extracorporeal membrane oxygenation. When two is not better than one Tralhão, António Fortuna, Philip |
ORIGINAL ARTICLE Exploring the association of two oxygenators in parallel or in series during respiratory support using extracorporeal membrane oxygenation Melro, Livia Maria Garcia Santos, Yuri de Albuquerque Pessoa dos Cardozo Júnior, Luis Carlos Maia Besen, Bruno Adler Maccagnan Pinheiro Zigaib, Rogério Forte, Daniel Neves Mendes, Pedro Vitale Park, Marcelo Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Caracterizar as pressões, as resistências, a oxigenação e a eficácia da descarboxilação de dois oxigenadores associados em série ou em paralelo durante o suporte com oxigenação veno-venosa por membrana extracorpórea. Métodos: Usando os resultados de insuficiência respiratória grave em suínos associada à disfunção de múltiplos órgãos, ao modelo de suporte com oxigenação por membrana extracorpórea veno-venosa e à modelagem matemática, exploramos os efeitos na oxigenação, descarboxilação e pressões do circuito de associações de oxigenadores em paralelo e em série. Resultados: Testaram-se cinco animais com peso mediano de 80kg. Ambas as configurações aumentaram a pressão parcial de oxigênio após os oxigenadores. O teor de oxigênio da cânula de retorno também foi ligeiramente maior, mas o efeito na oxigenação sistêmica foi mínimo, usando oxigenadores com alto fluxo nominal (~ 7L/minuto). Ambas as configurações reduziram significativamente a pressão parcial de dióxido de carbono sistêmico. Como o fluxo sanguíneo na oxigenação por membrana extracorpórea aumentou, a resistência do oxigenador diminuiu inicialmente, com aumento posterior, com fluxos sanguíneos mais altos, mas pouco efeito clínico. Conclusão: A associação de oxigenadores em paralelo ou em série durante o suporte com oxigenação veno-venosa por membrana extracorpórea proporciona um modesto aumento na depuração da pressão parcial de dióxido de carbono, com leve melhora na oxigenação. O efeito das associações de oxigenadores nas pressões de circuitos extracorpóreos é mínimo.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To characterize the pressures, resistances, oxygenation, and decarboxylation efficacy of two oxygenators associated in series or in parallel during venous-venous extracorporeal membrane oxygenation support. Methods: Using the results of a swine severe respiratory failure associated with multiple organ dysfunction venous-venous extracorporeal membrane oxygenation support model and mathematical modeling, we explored the effects on oxygenation, decarboxylation and circuit pressures of in-parallel and in-series associations of oxygenators. Results: Five animals with a median weight of 80kg were tested. Both configurations increased the oxygen partial pressure after the oxygenators. The return cannula oxygen content was also slightly higher, but the impact on systemic oxygenation was minimal using oxygenators with a high rated flow (~ 7L/minute). Both configurations significantly reduced the systemic carbon dioxide partial pressure. As the extracorporeal membrane oxygenation blood flow increased, the oxygenator resistance decreased initially with a further increase with higher blood flows but with a small clinical impact. Conclusion: Association of oxygenators in parallel or in series during venous-venous extracorporeal membrane oxygenation support provides a modest increase in carbon dioxide partial pressure removal with a slight improvement in oxygenation. The effect of oxygenator associations on extracorporeal circuit pressures is minimal. |
ORIGINAL ARTICLE Effects of balanced solution on short-term outcomes in traumatic brain injury patients: a secondary analysis of the BaSICS randomized trial Zampieri, Fernando Godinho Damiani, Lucas Petri Biondi, Rodrigo Santos Freitas, Flávio Geraldo Rezende Veiga, Viviane Cordeiro Figueiredo, Rodrigo Cruvinel Serpa-Neto, Ary Manoel, Airton Leonardo de Oliveira Miranda, Tamiris Abait Corrêa, Thiago Domingos Azevedo, Luciano César Pontes de Silva, Nilton Brandão da Machado, Flavia Ribeiro Cavalcanti, Alexandre Biasi , Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Descrever os efeitos do uso de soluções balanceadas nos desfechos de curto prazo de pacientes com traumatismo craniencefálico incluídos no estudo BaSICS. Métodos: Os pacientes foram randomizados para receber solução salina 0,9% ou solução balanceada durante a internação em unidade de terapia intensiva. O desfecho primário foi mortalidade em 90 dias, já os desfechos secundários foram dias de vida e sem internação em unidade de terapia intensiva aos 28 dias. O desfecho primário foi avaliado por regressão logística bayesiana. O desfecho secundário foi avaliado usando regressão beta-binomial inflada de zeros bayesiana. Resultados: Incluímos 483 pacientes (236 no braço de solução salina 0,9% e 247 no braço de solução balanceada). Foram incluídos 338 pacientes (70%) com pontuação na escala de coma de Glasgow ≤ 12. A probabilidade geral de que soluções balanceadas estivessem associadas a maior mortalidade em 90 dias foi de 0,98 (RC de 1,48; ICr95% 1,04 - 2,09). Esse aumento de mortalidade foi particularmente perceptível em pacientes com pontuação na escala de coma de Glasgow abaixo de 6 no momento da inclusão (probabilidade de dano de 0,99). Soluções balanceadas foram associadas a -1,64 dia de vida e sem internação em unidade de terapia intensiva aos 28 dias (ICr95% -3,32 - 0,00) com probabilidade de dano de 0,97. Conclusão: Houve alta probabilidade de que soluções balanceadas estivessem associadas a alta mortalidade em 90 dias, menos dias de vida e sem internação em unidade de terapia intensiva aos 28 dias. ClinicalTrials.gov: NCT02875873Abstract in English: ABSTRACT Objective: To describe the effects of balanced solution use on the short-term outcomes of patients with traumatic brain injury enrolled in BaSICS trial. Methods: Patients were randomized to receive either 0.9% saline or balanced solution during their intensive care unit stay. The primary endpoint was 90-day mortality, and the secondary outcomes were days alive and free of intensive care unit stay at 28 days. The primary endpoint was assessed using Bayesian logistic regression. The secondary endpoint was assessed using a Bayesian zero-inflated beta binomial regression. Results: We included 483 patients (236 in the 0.9% saline arm and 247 in the balanced solution arm). A total of 338 patients (70%) with a Glasgow coma scale score ≤ 12 were enrolled. The overall probability that balanced solutions were associated with higher 90-day mortality was 0.98 (OR 1.48; 95%CrI 1.04 - 2.09); this mortality increment was particularly noticeable in patients with a Glasgow coma scale score below 6 at enrollment (probability of harm of 0.99). Balanced solutions were associated with -1.64 days alive and free of intensive care unit at 28 days (95%CrI -3.32 - 0.00) with a probability of harm of 0.97. Conclusion: There was a high probability that balanced solutions were associated with high 90-day mortality and fewer days alive and free of intensive care units at 28 days. ClinicalTrials.gov: NCT02875873 |
ORIGINAL ARTICLE IMPACTO-MR: a Brazilian nationwide platform study to assess infections and multidrug resistance in intensive care units Tomazini, Bruno M Nassar Jr, Antonio Paulo Lisboa, Thiago Costa Azevedo, Luciano César Pontes de Veiga, Viviane Cordeiro Catarino, Daniela Ghidetti Mangas Fogazzi, Debora Vacaro Arns, Beatriz Piastrelli, Filipe Teixeira Dietrich, Camila Negrelli, Karina Leal Jesuíno, Isabella de Andrade Reis, Luiz Fernando Lima Mattos, Renata Rodrigues de Pinheiro, Carla Cristina Gomes Luz, Mariane Nascimento Spadoni, Clayse Carla da Silva Moro, Elisângela Emilene Bueno, Flávia Regina Sampaio, Camila Santana Justo Cintra Silva, Débora Patrício Baldassare, Franca Pellison Silva, Ana Cecilia Alcantara Veiga, Thabata Barbante, Leticia Lambauer, Marianne Campos, Viviane Bezerra Santos, Elton Santos, Renato Hideo Nakawaga Laranjeiras, Ligia Nasi Valeis, Nanci Santucci, Eliana Miranda, Tamiris Abait Patrocínio, Ana Cristina Lagoeiro do Carvalho, Andréa de Sousa, Eduvirgens Maria Couto de Sousa, Ancelmo Honorato Ferraz de Malheiro, Daniel Tavares Bezerra, Isabella Lott Rodrigues, Mirian Batista Malicia, Julliana Chicuta Silva, Sabrina Souza da Gimenes, Bruna dos Passos Sesin, Guilhermo Prates Zavascki, Alexandre Prehn Sganzerla, Daniel Medeiros, Gregory Saraiva Santos, Rosa da Rosa Minho dos Silva, Fernanda Kelly Romeiro Cheno, Maysa Yukari Abrahão, Carolinne Ferreira Oliveira Junior, Haliton Alves de Rocha, Leonardo Lima Nunes Neto, Pedro Aniceto Pereira, Valéria Chagas Paciência, Luis Eduardo Miranda Bueno, Elaine Silva Caser, Eliana Bernadete Ribeiro, Larissa Zuqui Fernandes, Caio Cesar Ferreira Garcia, Juliana Mazzei Silva, Vanildes de Fátima Fernandes Santos, Alisson Junior dos Machado, Flávia Ribeiro Souza, Maria Aparecida de Ferronato, Bianca Ramos Urbano, Hugo Corrêa de Andrade Moreira, Danielle Conceição Aparecida Souza-Dantas, Vicente Cés de Duarte, Diego Meireles Coelho, Juliana Figueiredo, Rodrigo Cruvinel Foreque, Fernanda Romano, Thiago Gomes Cubos, Daniel Spirale, Vladimir Miguel Nogueira, Roberta Schiavon Maia, Israel Silva Zandonai, Cassio Luis Lovato, Wilson José Cerantola, Rodrigo Barbosa Toledo, Tatiana Gozzi Pancev Tomba, Pablo Oscar Almeida, Joyce Ramos de Sanches, Luciana Coelho Pierini, Leticia Cunha, Mariana Sousa, Michelle Tereza Azevedo, Bruna Dal-Pizzol, Felipe Damasio, Danusa de Castro Bainy, Marina Peres Beduhn, Dagoberta Alves Vieira Jatobá, Joana D’Arc Vila Nova Moura, Maria Tereza Farias de Rego, Leila Rezegue de Moraes Silva, Adria Vanessa da Oliveira, Luana Pontes Sodré Filho, Eliene Sá Santos, Silvana Soares dos Neves, Itallo de Lima Leão, Vanessa Cristina de Aquino Paes, João Lucidio Lobato Silva, Marielle Cristina Mendes Oliveira, Cláudio Dornas de Santiago, Raquel Caldeira Brant Paranhos, Jorge Luiz da Rocha Wiermann, Iany Grinezia da Silva Pedroso, Durval Ferreira Fonseca Sawada, Priscilla Yoshiko Prestes, Rejane Martins Nascimento, Glícia Cardoso Grion, Cintia Magalhães Carvalho Carrilho, Claudia Maria Dantas de Maio Dantas, Roberta Lacerda Almeida de Miranda Silva, Eliane Pereira Silva, Antônio Carlos da Oliveira, Sheila Mara Bezerra de Golin, Nicole Alberti Tregnago, Rogerio Lima, Valéria Paes Silva, Kamilla Grasielle Nunes da Boschi, Emerson Buffon, Viviane Machado, André Sant’Ana Capeletti, Leticia Foernges, Rafael Botelho Carvalho, Andréia Schubert de Oliveira Junior, Lúcio Couto de Oliveira, Daniela Cunha de Silva, Everton Macêdo Ribeiro, Julival Pereira, Francielle Constantino Salgado, Fernanda Borges Deutschendorf, Caroline Silva, Cristofer Farias da Gobatto, Andre Luiz Nunes Oliveira, Carolaine Bomfim de Dracoulakis, Marianna Deway Andrade Alvaia, Natália Oliveira Santos Souza, Roberta Machado de Araújo, Larissa Liz Cardoso de Melo, Rodrigo Morel Vieira de Passos, Luiz Carlos Santana Vidal, Claudia Fernanda de Lacerda Rodrigues, Fernanda Lopes de Albuquerque Kurtz, Pedro Shinotsuka, Cássia Righy Tavares, Maria Brandão Santana, Igor das Virgens Gavinho, Luciana Macedo da Silva Nascimento, Alaís Brito Pereira, Adriano J Cavalcanti, Alexandre Biasi Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Descrever o IMPACTO-MR, um estudo brasileiro de plataforma nacional em unidades de terapia intensiva focado no impacto das infecções por bactérias multirresistentes relacionadas à assistência à saúde. Métodos: Descrevemos a plataforma IMPACTO-MR, seu desenvolvimento, critérios para seleção das unidades de terapia intensiva, caracterização da coleta de dados, objetivos e projetos de pesquisa futuros a serem realizados na plataforma. Resultados: Os dados principais foram coletados por meio do Epimed Monitor System® e consistiram em dados demográficos, dados de comorbidades, estado funcional, escores clínicos, diagnóstico de internação e diagnósticos secundários, dados laboratoriais, clínicos e microbiológicos e suporte de órgãos durante a internação na unidade de terapia intensiva, entre outros. De outubro de 2019 a dezembro de 2020, 33.983 pacientes de 51 unidades de terapia intensiva foram incluídos no banco de dados principal. Conclusão: A plataforma IMPACTO-MR é um banco de dados clínico brasileiro de unidades de terapia intensiva focado na pesquisa do impacto das infecções por bactérias multirresistentes relacionadas à assistência à saúde. Essa plataforma fornece dados para o desenvolvimento e pesquisa de unidades de terapia intensiva individuais e ensaios clínicos observacionais e prospectivos multicêntricos.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To describe the IMPACTO-MR, a Brazilian nationwide intensive care unit platform study focused on the impact of health care-associated infections due to multidrug-resistant bacteria. Methods: We described the IMPACTO-MR platform, its development, criteria for intensive care unit selection, characterization of core data collection, objectives, and future research projects to be held within the platform. Results: The core data were collected using the Epimed Monitor System® and consisted of demographic data, comorbidity data, functional status, clinical scores, admission diagnosis and secondary diagnoses, laboratory, clinical, and microbiological data, and organ support during intensive care unit stay, among others. From October 2019 to December 2020, 33,983 patients from 51 intensive care units were included in the core database. Conclusion: The IMPACTO-MR platform is a nationwide Brazilian intensive care unit clinical database focused on researching the impact of health care-associated infections due to multidrug-resistant bacteria. This platform provides data for individual intensive care unit development and research and multicenter observational and prospective trials. |
ORIGINAL ARTICLE Perceptions and practices regarding light sedation in mechanically ventilated patients: a survey on the attitudes of Brazilian critical care physicians Souza-Dantas, Vicente Cés de Tanaka, Lilian Maria Sobreira Serafim, Rodrigo Bernardo Salluh, Jorge Ibrain Figueira Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Caracterizar o conhecimento e as atitudes percebidas em relação às intervenções farmacológicas para sedação superficial em pacientes sob ventilação mecânica e entender as lacunas atuais, comparando a prática atual com as recomendações das Diretrizes de Prática Clínica para a Prevenção e Tratamento da Dor, Agitação/Sedação, Delirium, Imobilidade e Interrupção do Sono em Pacientes Adultos na Unidade de Terapia Intensiva. Métodos: Trata-se de estudo de coorte transversal baseado na aplicação de um questionário eletrônico centrado nas práticas de sedação. Resultados: Responderam ao inquérito 303 médicos intensivistas. A maioria dos entrevistados relatou uso de rotina de uma escala de sedação estruturada (281; 92,6%). Quase metade dos entrevistados relatou realizar interrupções diárias da sedação (147; 48,4%), e a mesma percentagem de participantes (48,0%) concordou com a afirmação de que os pacientes costumam ser sedados em excesso. Durante a pandemia da COVID-19, os participantes relataram que os pacientes tinham maior chance de receber midazolam do que antes da pandemia (178; 58,8% versus 106; 34,0%; p = 0,05); além disso, a sedação profunda foi mais comum durante a pandemia da COVID-19 (241; 79,4% versus 148; 49,0%; p = 0,01). Conclusão: Este inquérito fornece dados valiosos sobre as atitudes percebidas dos médicos intensivistas brasileiros em relação à sedação. Embora a interrupção diária da sedação fosse um conceito bem conhecido e as escalas de sedação fossem frequentemente utilizadas pelos entrevistados, foi colocado esforço insuficiente no monitoramento frequente, no uso de protocolos e na implementação sistemática de estratégias de sedação. Apesar da percepção dos benefícios associados à sedação superficial, há necessidade de identificar metas de melhoria para se proporem estratégias educacionais que melhorem as práticas atuais.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To characterize the knowledge and perceived attitudes toward pharmacologic interventions for light sedation in mechanically ventilated patients and to understand the current gaps comparing current practice with the recommendations of the Clinical Practice Guidelines for the Prevention and Management of Pain, Agitation/Sedation, Delirium, Immobility, and Sleep Disruption in Adult Patients in the Intensive Care Unit. Methods: This was a cross-sectional cohort study based on the application of an electronic questionnaire focused on sedation practices. Results: A total of 303 critical care physicians provided responses to the survey. Most respondents reported routine use of a structured sedation scale (281; 92.6%). Almost half of the respondents reported performing daily interruptions of sedation (147; 48.4%), and the same percentage of participants (48.0%) agreed that patients are often over sedated. During the COVID-19 pandemic, participants reported that patients had a higher chance of receiving midazolam compared to before the pandemic (178; 58.8% versus 106; 34.0%; p = 0.05), and heavy sedation was more common during the COVID-19 pandemic (241; 79.4% versus 148; 49.0%; p = 0.01). Conclusion: This survey provides valuable data on the perceived attitudes of Brazilian intensive care physicians regarding sedation. Although daily interruption of sedation was a well-known concept and sedation scales were often used by the respondents, insufficient effort was put into frequent monitoring, use of protocols and systematic implementation of sedation strategies. Despite the perception of the benefits linked with light sedation, there is a need to identify improvement targets to propose educational strategies to improve current practices. |
ORIGINAL ARTICLE What changed between the peak and plateau periods of the first COVID-19 pandemic wave? A multicentric Portuguese cohort study in intensive care Pereira, Rui Antunes Sousa, Marta Cidade, José Pedro Melo, Luís Lopes, Diogo Ventura, Sara Aragão, Irene Lima Neto, Raul Miguel de Freitas Molinos, Elena Marques, Ana Cardoso, Nelson Marino, Flávio Monteiro, Filipa Brás Oliveira, Ana Pinho Silva, Rogério C Real, André Miguel Neto Banheiro, Bruno Sarmento Reis, Renato Adão-Serrano, Maria Cracium, Ana Valadas, Ana Ribeiro, João Miguel Póvoa, Pedro Tapadinhas, Camila Mendes, Vítor Coelho, Luís Maia, Raquel Freitas, Paulo Telles Ferreira, Isabel Amorim Ramires, Tiago Val-Flores, Luís Silva Cascão, Mariana Alves, Rita Rodeia, Simão C Barrigoto, Cleide Cardiga, Rosa Silva, Maria João Ferreira da Vale, Bruno Fonseca, Tatiana Rios, Ana Lúcia Camões, João Pérez, Danay Cabral, Susana Ribeiro, Maria Inês Mendes, João João Gouveia, João Fernandes, Susana Mendes Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Analisar e comparar as características de pacientes críticos com a COVID-19, a abordagem clínica e os resultados entre os períodos de pico e de platô na primeira onda pandêmica em Portugal. Métodos: Este foi um estudo de coorte multicêntrico ambispectivo, que incluiu pacientes consecutivos com a forma grave da COVID-19 entre março e agosto de 2020 de 16 unidades de terapia intensiva portuguesas. Definiram-se as semanas 10 - 16 e 17 - 34 como os períodos de pico e platô. Resultados: Incluíram-se 541 pacientes adultos com mediana de idade de 65 [57 - 74] anos, a maioria do sexo masculino (71,2%). Não houve diferenças significativas na mediana de idade (p = 0,3), no Simplified Acute Physiology Score II (40 versus 39; p = 0,8), na pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio (139 versus 136; p = 0,6), na terapia com antibióticos na admissão (57% versus 64%; p = 0,2) ou na mortalidade aos 28 dias (24,4% versus 22,8%; p = 0,7) entre o período de pico e platô. Durante o período de pico, os pacientes tiveram menos comorbidades (1 [0 - 3] versus 2 [0 - 5]; p = 0,002); fizeram mais uso de vasopressores (47% versus 36%; p < 0,001) e ventilação mecânica invasiva na admissão (58,1% versus 49,2%; p < 0,001), e tiveram mais prescrição de hidroxicloroquina (59% versus 10%; p < 0,001), lopinavir/ritonavir (41% versus 10%; p < 0,001) e posição prona (45% versus 36%; p = 0,04). Entretanto, durante o platô, observou-se maior uso de cânulas nasais de alto fluxo (5% versus 16%; p < 0,001) na admissão, remdesivir (0,3% versus 15%; p < 0,001) e corticosteroides (29% versus 52%; p < 0,001), além de menor tempo de internação na unidade de terapia intensiva (12 versus 8 dias; p < 0,001). Conclusão: Houve mudanças significativas nas comorbidades dos pacientes, nos tratamentos da unidade de terapia intensiva e no tempo de internação entre os períodos de pico e platô na primeira onda da COVID-19.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To analyze and compare COVID-19 patient characteristics, clinical management and outcomes between the peak and plateau periods of the first pandemic wave in Portugal. Methods: This was a multicentric ambispective cohort study including consecutive severe COVID-19 patients between March and August 2020 from 16 Portuguese intensive care units. The peak and plateau periods, respectively, weeks 10 - 16 and 17 - 34, were defined. Results: Five hundred forty-one adult patients with a median age of 65 [57 - 74] years, mostly male (71.2%), were included. There were no significant differences in median age (p = 0.3), Simplified Acute Physiology Score II (40 versus 39; p = 0.8), partial arterial oxygen pressure/fraction of inspired oxygen ratio (139 versus 136; p = 0.6), antibiotic therapy (57% versus 64%; p = 0.2) at admission, or 28-day mortality (24.4% versus 22.8%; p = 0.7) between the peak and plateau periods. During the peak period, patients had fewer comorbidities (1 [0 - 3] versus 2 [0 - 5]; p = 0.002) and presented a higher use of vasopressors (47% versus 36%; p < 0.001) and invasive mechanical ventilation (58.1 versus 49.2%; p < 0.001) at admission, prone positioning (45% versus 36%; p = 0.04), and hydroxychloroquine (59% versus 10%; p < 0.001) and lopinavir/ritonavir (41% versus 10%; p < 0.001) prescriptions. However, a greater use of high-flow nasal cannulas (5% versus 16%, p < 0.001) on admission, remdesivir (0.3% versus 15%; p < 0.001) and corticosteroid (29% versus 52%, p < 0.001) therapy, and a shorter ICU length of stay (12 days versus 8, p < 0.001) were observed during the plateau. Conclusion: There were significant changes in patient comorbidities, intensive care unit therapies and length of stay between the peak and plateau periods of the first COVID-19 wave. |
ORIGINAL ARTICLE Myocardial injury and cardiovascular complications in COVID-19: a cohort study in severe and critical patients Neves, Ana Palmira L Machado, Mauricio Nassau Gandolfi, Joelma Vilafanha Machado, Luana Fernandes Syrio, Juliana Devós Luckmeyer, Graziella Lobo, Suzana Margareth Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Caracterizar a lesão miocárdica e as complicações cardiovasculares e seus preditores em pacientes graves e críticos com COVID-19 admitidos à unidade de terapia intensiva. Métodos: Este foi um estudo de coorte observacional em pacientes graves e críticos com COVID-19 admitidos à unidade de terapia intensiva. A lesão miocárdica foi definida como níveis sanguíneos de troponina cardíaca acima do limite de referência superior ao percentil 99. Os eventos cardiovasculares considerados foram combinação de trombose venosa profunda, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, isquemia aguda de membros, isquemia mesentérica, insuficiência cardíaca e arritmia cardíaca. Regressão logística univariada e multivariada ou modelos de risco proporcional de Cox foram utilizados para determinar os preditores de lesão miocárdica. Resultados: Foram admitidos à unidade de terapia intensiva 567 pacientes graves e críticos com COVID-19, dos quais 273 (48,1%) apresentavam lesão miocárdica. Dos 374 pacientes críticos com COVID-19, 86,1% tinham lesão miocárdica, além de apresentarem mais disfunção orgânica e maior mortalidade aos 28 dias (56,6% versus 27,1%; p < 0,001). Foram preditores de lesão miocárdica idade avançada, hipertensão arterial e uso de imunomoduladores. Complicações cardiovasculares ocorreram em 19,9% dos pacientes graves e críticos com COVID-19 admitidos à unidade de terapia intensiva, e a maioria dos eventos deu-se em pacientes com lesão miocárdica (28,2% versus 12,2%; p < 0,001). A ocorrência de evento cardiovascular precoce durante internação em unidade de terapia intensiva estava associada à maior mortalidade aos 28 dias em comparação com eventos tardios ou inexistentes (57,1% versus 34,0% versus 41,8%; p = 0,01). Conclusão: Pacientes com formas graves e críticas de COVID-19 admitidos à unidade de terapia intensiva foram comumente diagnosticados com lesão miocárdica e complicações cardiovasculares, e ambas estavam associadas à maior mortalidade nesses pacientes.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To characterize myocardial injury and cardiovascular complications and their predictors in severe and critical COVID-19 patients admitted to the intensive care unit. Methods: This was an observational cohort study of severe and critical COVID-19 patients admitted to the intensive care unit. Myocardial injury was defined as blood levels of cardiac troponin above the 99th percentile upper reference limit. Cardiovascular events considered were the composite of deep vein thrombosis, pulmonary embolism, stroke, myocardial infarction, acute limb ischemia, mesenteric ischemia, heart failure and arrhythmia. Univariate and multivariate logistic regression or Cox proportional hazard models were used to determine predictors of myocardial injury. Results: Of 567 patients with severe and critical COVID-19 admitted to the intensive care unit, 273 (48.1%) had myocardial injury. Of the 374 patients with critical COVID-19, 86.1% had myocardial injury, and also showed more organ dysfunction and higher 28-day mortality (56.6% versus 27.1%, p < 0.001). Advanced age, arterial hypertension and immune modulator use were predictors of myocardial injury. Cardiovascular complications occurred in 19.9% of patients with severe and critical COVID-19 admitted to the intensive care unit, with most events occurring in patients with myocardial injury (28.2% versus 12.2%, p < 0.001). The occurrence of an early cardiovascular event during intensive care unit stay was associated with higher 28-day mortality compared with late or no events (57.1% versus 34% versus 41.8%, p = 0.01). Conclusion: Myocardial injury and cardiovascular complications were commonly found in patients with severe and critical forms of COVID-19 admitted to the intensive care unit, and both were associated with increased mortality in these patients. |
ORIGINAL ARTICLE Association between rectus femoris cross-sectional area and diaphragmatic excursion with weaning of tracheostomized patients in the intensive care unit Vieira, Fernando Nataniel Bertazzo, Raquel Bortoluzzi Nascimento, Gabriela Carvalho Anderle, Mariluce Coelho, Ana Cláudia Chaise, Fabiana de Oliveira Fink, Jaqueline da Silva Nedel, Wagner Luis Ziegler, Bruna Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Verificar a relação entre área de secção transversa do reto femoral e excursão diafragmática com sucesso no desmame da ventilação mecânica em pacientes críticos crônicos com traqueostomia. Métodos: Este foi um estudo de coorte observacional prospectivo. Incluímos pacientes críticos crônicos (aqueles submetidos à colocação de traqueostomia após 10 dias de ventilação mecânica). A área de secção transversa do reto femoral e a excursão diafragmática foram obtidas por ultrassonografia realizada dentro das primeiras 48 horas após a traqueostomia. Medimos a área de secção transversa do reto femoral e a excursão diafragmática para avaliar sua associação com o desmame da ventilação mecânica, incluindo sua capacidade de prever o sucesso no desmame e a sobrevida durante toda a internação na unidade de terapia intensiva. Resultados: Foram incluídos 81 pacientes. Quarenta e cinco pacientes (55%) foram desmamados da ventilação mecânica. A mortalidade foi de 42% e 61,7% na unidade de terapia intensiva e hospitalar, respectivamente. O grupo que falhou em relação ao grupo que obteve sucesso no desmame apresentou menor área transversa do reto femoral (1,4 [0,8] versus 1,84 [0,76]cm2, p = 0,014) e menor excursão diafragmática (1,29 ± 0,62 versus 1,62 ± 0,51cm, p = 0,019). Quando a área de secção transversa do reto femoral ≥ 1,80cm2 e a excursão diafragmática ≥ 1,25cm era uma condição combinada, apresentava forte associação com sucesso no desmame (RC ajustada de 20,81; IC95% 2,38 - 182,28; p = 0,006), mas não com sobrevida na unidade de terapia intensiva (RC ajustada de 0,19; IC95% 0,03 - 1,08; p = 0,061). Conclusão: O sucesso no desmame da ventilação mecânica em pacientes críticos crônicos foi associado a medidas maiores de área de secção transversa do reto femoral e da excursão diafragmática.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To verify the relationship between the rectus femoris cross-sectional area and diaphragmatic excursion with successful weaning from mechanical ventilation in chronic critically tracheostomized patients. Methods: This was a prospective observational cohort study. We included chronic critically ill patients (those who underwent tracheostomy placement after 10 days under mechanical ventilation). The rectus femoris cross-sectional area and diaphragmatic excursion were obtained by ultrasonography performed within the first 48 hours after tracheostomy. We measured rectus femoris cross-sectional area and diaphragmatic excursion to assess their association with weaning from mechanical ventilation, including their potential to predict successful weaning and survival throughout the intensive care unit stay. Results: Eighty-one patients were included. Forty-five patients (55%) were weaned from mechanical ventilation. The mortality rates were 42% and 61.7% in the intensive care unit and hospital, respectively. The fail group in relation to the success group at weaning presented a lower rectus femoris cross-sectional area (1.4 [0.8] versus 1.84 [0.76]cm2, p = 0.014) and lower diaphragmatic excursion (1.29 ± 0.62 versus 1.62 ± 0.51cm, p = 0.019). When rectus femoris cross-sectional area ≥ 1.80cm2 and diaphragmatic excursion ≥ 1.25cm was a combined condition, it had a strong association with successful weaning (adjusted OR = 20.81, 95%CI 2.38 - 182.28; p = 0.006) but not with intensive care unit survival (adjusted OR = 0.19, 95%CI 0.03 - 1.08; p = 0.061). Conclusion: Successful weaning from mechanical ventilation in chronic critically ill patients was associated with higher measurements of rectus femoris cross-sectional area and diaphragmatic excursion. |
ORIGINAL ARTICLE Early passive mobilization increases vascular reactivity response in critical patients with sepsis: a quasi-experimental study Destro, Tamara Rodrigues da Silva Biazon, Thaís Marina Pires de Campos Pott-Junior, Henrique Caruso, Flávia Cristina Rossi Andaku, Daniela Kuguimoto Garcia, Naiara Molina Bonjorno-Junior, José Carlos Borghi-Silva, Audrey Kawakami, Débora Mayumi de Oliveira Castello-Simões, Viviane Mendes, Renata Gonçalves Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Investigar a influência de uma sessão de mobilização passiva na função endotelial de pacientes com sepse. Métodos: Este foi um estudo quase-experimental duplo-cego e de braço único com desenho pré e pós-intervenção. Participaram 25 pacientes com diagnóstico de sepse hospitalizados em unidade de terapia intensiva. Avaliou-se a função endotelial basal (pré-intervenção) e imediatamente pós-intervenção por meio de ultrassonografia da artéria braquial. Foram obtidas a dilatação mediada pelo fluxo, a velocidade pico de fluxo sanguíneo e a taxa de cisalhamento pico. A mobilização passiva consistiu na mobilização bilateral (tornozelos, joelhos, quadris, pulsos, cotovelos e ombros), com três séries de dez repetições cada, totalizando 15 minutos. Resultados: Após a mobilização, encontramos aumento da função de reatividade vascular em relação à pré-intervenção: dilatação mediada pelo fluxo absoluta (0,57mm ± 0,22 versus 0,17mm ± 0,31; p < 0,001) e dilatação mediada pelo fluxo relativa (17,1% ± 8,25 versus 5,08% ± 9,16; p < 0,001). O pico de fluxo sanguíneo na hiperemia (71,8cm/s ± 29,3 versus 95,3cm/s ± 32,2; p < 0,001) e a taxa de cisalhamento (211s ± 113 versus 288s ± 144; p < 0,001) também aumentaram. Conclusão: Uma sessão de mobilização passiva foi capaz de aumentar a função endotelial em pacientes graves com sepse. Estudos futuros são necessários para investigar se um programa de mobilização pode ser aplicado como intervenção benéfica para melhorar clinicamente a função endotelial em pacientes hospitalizados por sepse.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To investigate the influence of a passive mobilization session on endothelial function in patients with sepsis. Methods: This was a quasi-experimental double-blind and single-arm study with a pre- and postintervention design. Twenty-five patients with a diagnosis of sepsis who were hospitalized in the intensive care unit were included. Endothelial function was assessed at baseline (preintervention) and immediately postintervention by brachial artery ultrasonography. Flow mediated dilatation, peak blood flow velocity and peak shear rate were obtained. Passive mobilization consisted of bilateral mobilization (ankles, knees, hips, wrists, elbows and shoulders), with three sets of ten repetitions each, totaling 15 minutes. Results: After mobilization, we found increased vascular reactivity function compared to preintervention: absolute flow-mediated dilatation (0.57mm ± 0.22 versus 0.17mm ± 0.31; p < 0.001) and relative flow-mediated dilatation (17.1% ± 8.25 versus 5.08% ± 9.16; p < 0.001). Reactive hyperemia peak flow (71.8cm/s ± 29.3 versus 95.3cm/s ± 32.2; p < 0.001) and shear rate (211s ± 113 versus 288s ± 144; p < 0.001) were also increased. Conclusion: A passive mobilization session increases endothelial function in critical patients with sepsis. Future studies should investigate whether a mobilization program can be applied as a beneficial intervention for clinical improvement of endothelial function in patients hospitalized due to sepsis. |
ORIGINAL ARTICLE Effects of critical illness on the functional status of children with a history of prematurity Peduce, Millene Albeche Dannenberg, Vanessa Campes Rovedder, Paula Maria Eidt Carvalho, Paulo Roberto Antonacci Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Avaliar os efeitos da doença crítica no status funcional de crianças de zero a 4 anos com e sem histórico de prematuridade após a alta da unidade de terapia intensiva pediátrica. Métodos: Estudo transversal secundário aninhado a uma coorte de caráter observacional de sobreviventes de uma unidade de terapia intensiva pediátrica. A avaliação funcional aconteceu por meio da Functional Status Scale no período de até 48 horas após a alta da unidade de terapia intensiva pediátrica. Resultados: Participaram do estudo 126 pacientes, sendo 75 prematuros e 51 nascidos a termo. Na comparação entre o status funcional basal e o status funcional da alta da unidade de terapia intensiva pediátrica, ambos os grupos apresentaram diferenças significativas (p < 0,001). Os pacientes prematuros apresentaram maior declínio funcional na alta da unidade de terapia intensiva pediátrica (61%). Nos pacientes nascidos a termo, houve correlação significativa entre Pediatric Index of Mortality, tempo de sedação, tempo de ventilação mecânica e tempo de internação com os desfechos funcionais (p = 0,05). Conclusão: A maior parte dos pacientes estudados apresentou declínio funcional na alta da unidade de terapia intensiva pediátrica. Apesar de os pacientes prematuros apresentarem maior declínio funcional na alta, os pacientes nascidos a termo apresentaram influência do tempo de sedação e do tempo de uso de ventilação mecânica nos seus status funcionais.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To evaluate the effects of critical illness on the functional status of children aged zero to 4 years with or without a history of prematurity after discharge from the pediatric intensive care unit. Methods: This was a secondary cross-sectional study nested in an observational cohort of survivors from a pediatric intensive care unit. Functional assessment was performed using the Functional Status Scale within 48 hours after discharge from the pediatric intensive care unit. Results: A total of 126 patients participated in the study, 75 of whom were premature, and 51 of whom were born at term. Comparing the baseline and functional status at pediatric intensive care unit discharge, both groups showed significant differences (p < 0.001). Preterm patients exhibited greater functional decline at discharge from the pediatric intensive care unit (61%). Among patients born at term, there was a significant correlation between the Pediatric Index of Mortality, duration of sedation, duration of mechanical ventilation and length of hospital stay with the functional outcomes (p = 0.05). Conclusion: Most patients showed a functional decline at discharge from the pediatric intensive care unit. Although preterm patients had a greater functional decline at discharge, sedation and mechanical ventilation duration influenced functional status among patients born at term. |
ORIGINAL ARTICLE Prediction of septic and hypovolemic shock in intensive care unit patients using machine learning Pessoa, Stela Mares Brasileiro Oliveira, Bianca Silva de Sousa Santos, Wendy Gomes dos Oliveira, Augusto Novais Macedo Camargo, Marianne Silveira Matos, Douglas Leandro Aparecido Barbosa de Silva, Miquéias Martins Lima Medeiros, Carolina Cintra de Queiroz Coelho, Cláudia Soares de Sousa Andrade Neto, José de Souza Mistro, Sóstenes Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Criar e validar um modelo de predição de choque séptico ou hipovolêmico a partir de variáveis de fácil obtenção coletadas na admissão de pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva. Métodos: Estudo de modelagem preditiva com dados de coorte concorrente realizada em um hospital do interior do nordeste brasileiro. Foram incluídos pacientes com 18 anos ou mais sem uso de droga vasoativa no dia da admissão e que foram internados entre novembro de 2020 e julho de 2021. Foram testados os algoritmos de classificação do tipo Decision Tree, Random Forest, AdaBoost, Gradient Boosting e XGBoost para a construção do modelo. O método de validação utilizado foi o k-fold cross validation. As métricas de avaliação utilizadas foram recall, precisão e área sob a curva Receiver Operating Characteristic. Resultados: Foram utilizados 720 pacientes para criação e validação do modelo. Os modelos apresentaram alta capacidade preditiva com área sob a curva Receiver Operating Characteristic de 0,979; 0,999; 0,980; 0,998 e 1,00 para os algoritmos de Decision Tree, Random Forest, AdaBoost, Gradient Boosting e XGBoost, respectivamente. Conclusão: O modelo preditivo criado e validado apresentou elevada capacidade de predição do choque séptico e hipovolêmico desde o momento da admissão de pacientes na unidade de terapia intensiva.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To create and validate a model for predicting septic or hypovolemic shock from easily obtainable variables collected from patients at admission to an intensive care unit. Methods: A predictive modeling study with concurrent cohort data was conducted in a hospital in the interior of northeastern Brazil. Patients aged 18 years or older who were not using vasoactive drugs on the day of admission and were hospitalized from November 2020 to July 2021 were included. The Decision Tree, Random Forest, AdaBoost, Gradient Boosting and XGBoost classification algorithms were tested for use in building the model. The validation method used was k-fold cross validation. The evaluation metrics used were recall, precision and area under the Receiver Operating Characteristic curve. Results: A total of 720 patients were used to create and validate the model. The models showed high predictive capacity with areas under the Receiver Operating Characteristic curve of 0.979; 0.999; 0.980; 0.998 and 1.00 for the Decision Tree, Random Forest, AdaBoost, Gradient Boosting and XGBoost algorithms, respectively. Conclusion: The predictive model created and validated showed a high ability to predict septic and hypovolemic shock from the time of admission of patients to the intensive care unit. |
ORIGINAL ARTICLE Refusal of beds and triage of patients admitted to intensive care units in Brazil: a cross-sectional national survey Lepre, Rafaela de Lemos Mezzaroba, Ana Luiza Cardoso, Lucienne Tibery Queiroz Matsuo, Tiemi Grion, Cíntia Magalhães Carvalho Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Conhecer dados sobre recusa de leitos nas unidades intensivas no Brasil, assim como avaliar o uso de sistemas de triagem pelos profissionais atuantes. Métodos: Estudo transversal do tipo survey. Com a metodologia Delphi, foi criado um questionário contemplando os objetivos do trabalho. Foram convidados médicos e enfermeiros inscritos na rede de pesquisa da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIBnet). Uma plataforma da web (SurveyMonkey®) foi a forma de aplicação do questionário. As variáveis deste trabalho foram mensuradas em categorias e expressas como proporção. Foram usados o teste do qui-quadrado ou o teste exato de Fisher, para verificar associações. O nível de significância foi de 5%. Resultados: No total, 231 profissionais responderam o questionário, representando todas as regiões do país. As unidades intensivas nacionais tinham mais de 90% de taxa de ocupação sempre ou frequentemente para 90,8% dos participantes. Dentre os participantes, 84,4% já deixaram de admitir pacientes em leito intensivo devido à lotação da unidade. Metade das instituições brasileiras (49,7%) não possuía protocolos de triagem de leitos intensivos instituídos. Conclusão: A recusa de leito pela alta taxa de ocupação é frequente nas unidades de terapia intensiva do Brasil. Ainda assim, metade dos serviços do Brasil não adota protocolos para triagem de leitos.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To obtain data on bed refusal in intensive care units in Brazil and to evaluate the use of triage systems by professionals. Methods: A cross-sectional survey. Using the Delphi methodology, a questionnaire was created contemplating the objectives of the study. Physicians and nurses enrolled in the research network of the Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIBnet) were invited to participate. A web platform (SurveyMonkey®) was used to distribute the questionnaire. The variables in this study were measured in categories and expressed as proportions. The chi-square test or Fisher’s exact test was used to verify associations. The significance level was set at 5%. Results: In total, 231 professionals answered the questionnaire, representing all regions of the country. The national intensive care units had an occupancy rate of more than 90% always or frequently for 90.8% of the participants. Among the participants, 84.4% had already refused admitting patients to the intensive care unit due to the capacity of the unit. Half of the Brazilian institutions (49.7%) did not have triage protocols for admission to intensive beds. Conclusions: Bed refusal due to high occupancy rates is common in Brazilian intensive care units. Even so, half of the services in Brazil do not adopt protocols for triage of beds. |
ORIGINAL ARTICLE Return to work after discharge from the intensive care unit: a Brazilian multicenter cohort Mattioni, Mariana F Dietrich, Camila Sganzerla, Daniel Rosa, Régis Goulart Teixeira, Cassiano Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Descrever a taxa e os fatores relacionados ao não retorno ao trabalho no terceiro mês pós-alta da unidade de terapia intensiva, além dos impactos do desemprego, da perda de renda e dos gastos com saúde para os sobreviventes. Métodos: Estudo de coorte prospectivo multicêntrico, que incluiu sobreviventes da doença aguda grave, hospitalizados entre 2015 e 2018, previamente empregados, que permaneceram mais de 72 horas internados na unidade de terapia intensiva. Os desfechos foram avaliados por entrevista telefônica no terceiro mês após a alta. Resultados: Dos 316 pacientes incluídos no estudo que trabalhavam previamente, 193 (61,1%) não retornaram ao trabalho nos 3 meses após a alta da unidade de terapia intensiva. Foram associados ao não retorno ao trabalho: baixo nível educacional (razão de prevalência de 1,39; IC95% 1,10 - 1,74; p = 0,006), vínculo empregatício prévio (razão de prevalência de 1,32; IC95% 1,10 - 1,58; p = 0,003), necessidade de ventilação mecânica (razão de prevalência de 1,20; IC95% 1,01 - 1,42; p = 0,04) e dependência física no terceiro mês pós-alta (razão de prevalência de 1,27; IC95% 1,08 - 1,48; p = 0,003). Os sobreviventes incapazes de retornar ao trabalho mais frequentemente apresentaram redução da renda familiar (49,7% versus 33,3%; p = 0,008) e aumento dos gastos em saúde (66,9% versus 48,3%; p = 0,002) quando comparados àqueles que retornaram ao trabalho no terceiro mês após a alta da unidade de terapia intensiva. Conclusão: Frequentemente, os sobreviventes de unidade de terapia intensiva não retornam ao trabalho até o terceiro mês pós-alta da unidade de terapia intensiva. Baixo nível educacional, trabalho formal, necessidade de suporte ventilatório e dependência física no terceiro mês pós-alta relacionaram-se ao não retorno ao trabalho. O não retorno ao trabalho também se relacionou com redução na renda familiar e aumento dos custos com saúde após a alta da unidade de terapia intensiva.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To describe the rate and factors related to nonreturn to work in the third month after discharge from the intensive care unit and the impact of unemployment, loss of income and health care expenses for survivors. Methods: This was a prospective multicenter cohort study that included survivors of severe acute illness who were hospitalized between 2015 and 2018, previously employed, and who stayed more than 72 hours in the intensive care unit. Outcomes were assessed by telephone interview in the third month after discharge. Results: Of the 316 patients included in the study who had previously worked, 193 (61.1%) did not return to work within 3 months after discharge from the intensive care unit. The following factors were associated with nonreturn to work: low educational level (prevalence ratio 1.39; 95%CI 1.10 - 1.74; p = 0.006), previous employment relationship (prevalence ratio 1.32; 95%CI 1 10 - 1.58; p = 0.003), need for mechanical ventilation (prevalence ratio 1.20; 95%CI 1.01 - 1.42; p = 0.04) and physical dependence in the third month after discharge (prevalence ratio 1.27; 95%CI 1.08 - 1.48; p = 0.003). Survivors who were unable to return to work more often had reduced family income (49.7% versus 33.3%; p = 0.008) and increased health expenditures (66.9% versus 48.3%; p = 0.002). compared to those who returned to work in the third month after discharge from the intensive care unit. Conclusion: Intensive care unit survivors often do not return to work until the third month after discharge from the intensive care unit. Low educational level, formal job, need for ventilatory support and physical dependence in the third month after discharge were related to nonreturn to work. Failure to return to work was also associated with reduced family income and increased health care costs after discharge. |
ORIGINAL ARTICLE Prevalence and factors associated with symptoms of depression in family members of people hospitalized in the intensive care unit Souza, Luciana Maciel de Freitas, Kátia Santana Silva Filho, Aloísio Machado da Teixeira, Jules Ramon Brito Souza, Geysimara Santos Silveira Fontoura, Elaine Guedes Coifman, Alyne Henri Motta Portela, Pollyana Pereira Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Avaliar prevalência e fatores associados à depressão em familiares de pessoas hospitalizadas em unidades de terapia intensiva. Métodos: Estudo transversal, desenvolvido com 980 familiares de pacientes internados nas unidades de terapia intensiva de um hospital público de grande porte no interior da Bahia. A depressão foi mensurada pelo Patient Health Questionnaire-8. O modelo multivariado foi composto pelas seguintes variáveis: sexo e idade do paciente, sexo e idade do familiar, escolaridade, religião, residir com o familiar, problema psíquico prévio e ansiedade. Resultados: A depressão apresentou prevalência de 43,5%. Na análise multivariada, o modelo com melhor representatividade indicou que fatores associados à maior prevalência de depressão foram ser do sexo feminino (39%), idade menor que 40 anos (26%) e problema psíquico prévio (38%). A maior escolaridade se associou a uma prevalência de depressão 19% menor em familiares. Conclusão: O aumento na prevalência de depressão esteve associado a sexo feminino, idade menor de 40 anos e problemas psíquicos prévios. Tais elementos devem ser valorizados nas ações direcionadas aos familiares de pessoas internadas na terapia intensiva.Abstract in English: ABSTRACT Objective: To evaluate the prevalence and factors associated with depression in family members of people hospitalized in intensive care units. Methods: A cross-sectional study was conducted with 980 family members of patients admitted to the intensive care units of a large public hospital in the interior of Bahia. Depression was measured using the Patient Health Questionnaire-8. The multivariate model consisted of the following variables: sex and age of the patient, sex and age of the family member, education level, religion, living with the family member, previous mental illness and anxiety. Results: Depression had a prevalence of 43.5%. In the multivariate analysis, the model with the best representativeness indicated that factors associated with a higher prevalence of depression were being female (39%), age younger than 40 years (26%) and previous mental illness (38%). A higher education level was associated with a 19% lower prevalence of depression in family members. Conclusion: The increase in the prevalence of depression was associated with female sex, age younger than 40 years and previous psychological problems. Such elements should be valued in actions aimed at family members of people hospitalized in intensive care. |
REVIEW ARTICLE Strategies for the management and prevention of withdrawal syndrome in critically ill pediatric patients: a systematic review Klein, Kassiely Pereira, Jéssica Silveira Curtinaz, Kátia Adriana Lins Jaines Jantsch, Leonardo Bigolin Souza, Neila Santini de Carvalho, Paulo Roberto Antonaccio Abstract in Portuguese: RESUMO Objetivo: Verificar as estratégias de prevenção e tratamento da síndrome de abstinência em unidade de terapia intensiva pediátrica. Métodos: Trata-se de revisão sistemática nas bases de dados PubMed®, Lilacs, Embase, Web of Science, Cochrane, Cinahl, Cochrane Database Systematic Review e CENTRAL. Uma estratégia de busca em três etapas foi utilizada para esta revisão. O protocolo da revisão foi aprovado no PROSPERO (CRD42021274670). Resultados: Foram incluídos na análise 12 artigos. Observou-se grande heterogeneidade entre os estudos incluídos, principalmente em se tratando de esquemas terapêuticos utilizados na sedação e na analgesia. As doses de midazolam variaram de 0,05mg/kg/hora a 0,3mg/kg/hora. A morfina também variou consideravelmente, de 10mcg/kg/hora a 30mcg/kg/hora entre os estudos. A escala mais utilizada para identificação da síndrome de abstinência, entre os 12 estudos selecionados, foi a Sophia Observational Widrawal Symptoms Scale. Em três estudos, houve diferença estatística relevante na prevenção e no manejo da síndrome de abstinência com a implantação de protocolos (p < 0,01 e p < 0,001). Conclusão: Observou-se grande variação entre o regime de sedoanalgesia utilizado entre os estudos e o método de desmame e avaliação de síndrome de abstinência. São necessários mais estudos para fornecer evidências mais robustas acerca do tratamento mais indicado para prevenção e redução dos sinais e sintomas de abstinência em crianças criticamente doentes. Registro PROSPERO: CRD 42021274670Abstract in English: ABSTRACT Objective: To verify strategies for the prevention and treatment of abstinence syndrome in a pediatric intensive care unit. Methods: This is a systematic review in the PubMed database®, Lilacs, Embase, Web of Science, Cochrane, Cinahl, Cochrane Database Systematic Review and CENTRAL. A three-step search strategy was used for this review, and the protocol was approved in PROSPERO (CRD42021274670). Results: Twelve articles were included in the analysis. There was great heterogeneity among the studies included, especially regarding the therapeutic regimens used for sedation and analgesia. Midazolam doses ranged from 0.05mg/kg/hour to 0.3mg/kg/hour. Morphine also varied considerably, from 10mcg/kg/hour to 30mcg/kg/hour, between studies. Among the 12 selected studies, the most commonly used scale for the identification of withdrawal symptoms was the Sophia Observational Withdrawal Symptoms Scale. In three studies, there was a statistically significant difference in the prevention and management of the withdrawal syndrome due to the implementation of different protocols (p < 0.01 and p < 0.001). Conclusion: There was great variation in the sedoanalgesia regimen used by the studies and the method of weaning and evaluation of withdrawal syndrome. More studies are needed to provide more robust evidence about the most appropriate treatment for the prevention and reduction of withdrawal signs and symptoms in critically ill children. PROSPERO register: CRD 42021274670 |
CASE REPORT Long-term extracorporeal membrane oxygenation - from SARS-CoV-2 infection to lung transplantation Gama, Mafalda Cabrita, Joana Barrigoto, Cleide Proença, Lúcia Fortuna, Philip Abstract in Portuguese: RESUMO Mulher de 55 anos, saudável e não vacinada para SARS-CoV-2, foi admitida no hospital por infecção SARS-CoV-2 com rápida deterioração clínica. No 17º dia de doença, foi intubada e, no 24º dia, a paciente foi referenciada e admitida no nosso centro de oxigenação por membrana extracorpórea. Inicialmente, o suporte de oxigenação por membrana extracorpórea foi utilizado para possibilitar a recuperação pulmonar e permitir à paciente reabilitar e melhorar sua condição física. Apesar de apresentar uma condição física adequada, a função pulmonar não permitiu suspender a oxigenação por membrana extracorpórea, e a paciente foi aceita para transplante pulmonar. Um programa de reabilitação intensiva foi implementado para melhorar e manter o estado funcional da paciente em todas as fases. O curso de oxigenação por membrana extracorporal apresentou várias complicações que prejudicaram a reabilitação: falência ventricular direita, que exigiu oxigenação por membrana extracorpórea venoarterial-venosa durante 10 dias; seis infecções nosocomiais, sendo quatro com progressão para choque séptico; e hemartrose do joelho. Para reduzir o risco de infecção, sempre que possível removeram-se os dispositivos invasivos (ventilação mecânica invasiva, cateter venoso central e cateter vesical), mantendo-se apenas aqueles estritamente necessários à monitorização e tratamento. Após 162 dias de suporte de oxigenação por membrana extracorpórea sem outra disfunção orgânica, foi realizado o transplante pulmonar lobar bilateral. A reabilitação física e respiratória foi mantida para promover a autonomia nas atividades da vida diária. A paciente recebeu alta hospitalar 4 meses após a cirurgia.Abstract in English: ABSTRACT A healthy 55-year-old woman unvaccinated for SARS-CoV-2 was admitted to the hospital with a SARS-CoV-2 infection with rapid clinical deterioration. On the 17th day of disease, she was intubated, and on the 24th day, the patient was referred and admitted to our extracorporeal membrane oxygenation center. Extracorporeal membrane oxygenation support was initially used to enable lung recovery and allow the patient to rehabilitate and improve her physical condition. Despite an adequate physical condition, the lung function was not adequate to discontinue extracorporeal membrane oxygenation, and the patient was considered for lung transplantation. The intensive rehabilitation program was implemented to improve and maintain the physical status throughout all phases. The extracorporeal membrane oxygenation run had several complications that hindered successful rehabilitation: right ventricular failure that required venoarterial-venous extracorporeal membrane oxygenation for 10 days; six nosocomial infections, four with progression to septic shock; and knee hemarthrosis. To reduce the risk of infection, invasive devices (i.e., invasive mechanical ventilation, central venous catheter, and vesical catheter) were removed whenever possible, keeping only those essential for monitoring and care. After 162 days of extracorporeal membrane oxygenation support without other organ dysfunction, bilateral lobar lung transplantation was performed. Physical and respiratory rehabilitation were continued to promote independence in daily life activities. Four months after surgery, the patient was discharged. |
CASE REPORT Extracorporeal mechanical support and aspiration thrombectomy in treatment of massive pulmonary embolism: a case report Jorge, João Valente Barreiros, Catarina A Silva, Doroteia Calé, Rita Ribeiro, João Miguel Abstract in Portuguese: RESUMO A embolia pulmonar maciça aguda é a forma mais grave de tromboembolismo venoso, que pode causar choque obstrutivo e levar à parada cardíaca e morte. Neste relato de caso, os autores apresentam o caso de uma mulher de 49 anos que se recuperou com sucesso de uma embolia pulmonar maciça com o uso combinado de oxigenação por membrana extracorpórea venoarterial e trombectomia por aspiração pulmonar, sem complicações decorrentes desses procedimentos. Embora a evidência de benefício do suporte mecânico não tenha sido estabelecida em pacientes com embolia pulmonar maciça, a implementação de suporte cardiocirculatório extracorpóreo durante a reanimação pode permitir a melhora da perfusão sistêmica dos órgãos e mais chances de sobrevida. Diretrizes recentes da European Society of Cardiology afirmam que a oxigenação por membrana extracorpórea venoarterial combinada com tratamento por cateter pode ser considerada em pacientes que apresentem embolia pulmonar maciça e parada cardíaca refratária. O uso de oxigenação por membrana extracorpórea como técnica autônoma com anticoagulação permanece controverso. Deve-se considerar outras terapias, como trombectomia cirúrgica ou percutânea. Como essa intervenção não é sustentada por estudos de alta qualidade, acreditamos ser importante relatar casos concretos de sucesso. Com este relato de caso, ilustramos o benefício derivado da reanimação assistida por suporte mecânico extracorpóreo e trombectomia por aspiração precoce em pacientes com embolia pulmonar maciça. Além disso, enfatizamos a sinergia que deriva de sistemas multidisciplinares integrados para fornecer intervenções complexas, sendo exemplos notáveis a oxigenação por membrana extracorpórea e a Cardiologia Intervencionista.Abstract in English: ABSTRACT Acute massive pulmonary embolism is the most serious presentation of venous thromboembolism that can ultimately cause obstructive shock, leading to cardiac arrest and death. In this case report, the authors present a case of a 49-year-old female who successfully recovered from a massive pulmonary embolism with the combined use of venoarterial extracorporeal membrane oxygenation and pulmonary aspiration thrombectomy, with no complications from these procedures. Although evidence of benefit from mechanical support has not been established for patients with massive pulmonary embolism, the implementation of extracorporeal cardiocirculatory support during resuscitation may allow improvement of systemic organ perfusion and better chance of survival. Recent guidelines from the European Society of Cardiology state that venoarterial extracorporeal membrane oxygenation in combination with catheter-directed treatment may be considered for patients presenting with massive pulmonary embolism and refractory cardiac arrest. The use of extracorporeal membrane oxygenation as a stand-alone technique with anticoagulation remains controversial, and additional therapies, such as surgical or percutaneous embolectomy, must be considered. Since this intervention is not supported by high-quality studies, we believe it is important to report real-world successful cases. With this case report, we illustrate the benefit derived from resuscitation assisted by extracorporeal mechanical support and early aspiration thrombectomy in patients with massive pulmonary embolism. Additionally, it emphasizes the synergy that derives from integrated multidisciplinary systems for providing complex interventions, of which extracorporeal membrane oxygenation and Interventional Cardiology are clear examples. |
LETTER TO THE EDITOR Patient-level costs of central line-associated bloodstream infections caused by multidrug-resistant microorganisms in a public intensive care unit in Brazil: a retrospective cohort study Nassar Júnior, Antonio Paulo Bezerra, Isabella Lott Malheiro, Daniel Tavares Diaz, Maria Dolores Montoya Schettino, Guilherme Paula Pinto Pereira, Adriano José |